Neste capítulo continuamos analisando o que classificamos como “os ditos dos sábios”. Este capítulo tem uma estrutura muito interessante.
VÍDEO DO ESTUDO DE PROVÉRBIOS 23
Na minha leitura inicial o destaque tinha ficado sobre a maneira como o autor repudia os excessos, principalmente do álcool. Porém, li mais algumas vezes e percebi algo muito interessante: este capítulo pode se dividir entre os “nãos” e os “sins” dos sábios.
Veja, apenas por exemplo, os seguintes versículos:
“Não cobices as suas iguarias porque são comidas enganosas.”
Provérbios 23:3
ou
“Não te fatigues para enriqueceres; e não apliques nisso a tua sabedoria.”
Provérbios 23:4
Note que estes dois versículos contém alguns dos “nãos” deste capítulo. Em resumo, podemos ver os seguintes “nãos”:
- Não cobices as iguarias (versículos 1-3)
- Não te fatigues para enriquecer (4-5)
- Não fales ao ouvido do tolo (9)
- Não pratique injustiça (10-11)
- Não inveje os pecadores (17-18)
- Não estejas entre os beberrões de vinho (19-21)
- Não se dê à luxúria (27-28)
Já entre os “sins” que encontramos neste capítulo, começamos com a advertência de aplicarmos o nosso coração à instrução e ao conhecimento:
“Aplica o teu coração à instrução e os teus ouvidos às palavras do conhecimento.”
Provérbios 23:12
Depois vemos o pedido de ouvir aos pais:
“Ouve teu pai, que te gerou, e não desprezes tua mãe, quando vier a envelhecer.”
Provérbios 23:22
Por fim, o último “sim” deste capítulo é, na minha opinião, o versículo chave deste capítulo:
“Compra a verdade, e não a vendas; e também a sabedoria, a instrução e o entendimento.”
Provérbios 23:23
Ao fazer esse olhar de recomendações do que devemos e do que não devemos fazer, o que me parece é que a Palavra nos diz o seguinte: não perca tempo com o pecado, não perca tempo com o que é passageiro, invista tudo o que você tem na verdade que é eterna.
Isso me trouxe à memória algumas parábolas de Cristo, como a do tesouro escondido:
“Também o reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem achou e escondeu; e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo.”
Mateus 13:44
Ao encontrarmos a verdade de Cristo, todo o resto fica para trás. Na minh aopinião, é a mesma coisa que o capítulo 23 de provérbios está nos ensinando: podemos passar a nossa vida nos prazeres do mundo, na glutonaria, luxúria, ganância e bebedices. Ou podemos investir a nossa vida na verdade, no conhecimento, na instrução e na sabedoria. Para ter uma, temos que deixar a outra para trás.
Note que no verso 23, João Ferreira de Almeida e outros tradutores mais famosos, escolheram traduzir a palavra “qanah“, como “compra”. O que, na minha opinião é muito sábio, pois a compra exige que se dê algo em troca. A compra não é algo onde você vai e simplesmente pega o objeto de desejo, existe um preço a se pagar. Nesse caso, o preço a se pagar é, nas palavras de Cristo, “vender tudo quanto temos”.
Nesse contexto, algumas pessoas vivem como o jovem rico, para quem Cristo disse a mesma coisa:
“…Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me.”
Mateus 19:21
Querem seguir a Cristo, mas querem manter aquilo que não temos como manter. Parece-me, na minha leitura e interpretação da Palavra, que não temos como manter algumas coisas em nossas vidas se queremos ter a Cristo.
Sinceramente não acredito que, hoje em dia, Jesus vá nos pedir para vendermos nossa casa, nossos móveis ou o que tivermos. Não é sobre este ponto que estou falando, espero que entenda, estu falando sobre aquelas coisas que, assim como colocadas pelos sábios em Provérbios 23, concorrem com a verdade.
O que devemos ter em mente é: se Cristo me pedir para entregar isso (seja lá o que “isso” for para você), eu estou disposto ou disposta a entregar?
Logo, a grande reflexão que este capítulo me traz é: onde tenho perdido o meu tempo? O que não estou querendo deixar para trás para comprar a verdade, a sabedoria, a instrução e o entendimento? Eu estou investindo da maneira necessária nessas coisas?
Paz.
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