Hoje vamos analisar o capítulo 3 do evangelho de João. Nele vemos dois assuntos principais sendo discutidos:
- Diálogo de Jesus com Nicodemos
- Testemunho de João a respeito de Cristo
Ambos podem ser mais bem detalhados pois contam com muitos pontos que servem para nossa aprendizagem.
VÍDEO DO ESTUDO DE JOÃO 3
Jesus e Nicodemos
“E havia entre os fariseus um homem, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus. Este foi ter de noite com Jesus, e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele. Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.”
João 3:1-3
Vamos começar entendendo quem era essa pessoa.
Nicodemos estava entre os principais dos Fariseus. Isso siginifica que ele era um judeu proeminente, que conhecia e guardava a lei. Este é o mesmo Nicodemos que defende Jesus perante o Sinédrio em João 7 e que auxilia no sepultamento de Jesus em João 19.
Ele vai visitar Jesus de noite, alguns acreditam que, talvez, por conta de não querer que outras pessoas vissem que ele estava fazendo essa visita. Por ser uma pessoa muito conhecida por guardar a lei, poderia estar com receio de ser julgado por ir conhecer e conversar com Jesus.
Uma vez que a Palavra não nos diz o motivo da visita ter acontecido a noite, tudo o que podemos fazer é inferir a razão.
Também precisamos ter em mente o final do capítulo 2:
“E, estando ele em Jerusalém pela páscoa, durante a festa, muitos, vendo os sinais que fazia, creram no seu nome. Mas o mesmo Jesus não confiava neles, porque a todos conhecia; E não necessitava de que alguém testificasse do homem, porque ele bem sabia o que havia no homem.”
João 2:23-25
Jesus havia se tornado conhecido pela quantidade de sinais que fazia. Isso despertou o interesse de muitas pessoas. Nicodemos, aparentemente, foi uma dessas pessoas.
Porém, João nos ensina que Jesus conhecia todas as pessoas, e sabia o que havia dentro de cada uma delas. E por conhecer as pessoas, Nicodemos inclusive, que a conversa entre os dois é como é.
Pela história, aparentemente, Nicodemos interessou-se por Jesus e realmente queria saber mais sobre ele. Entendendo a maneira como o diálogo se desenrola, parece que ele não teve coragem de abdicar de tudo o que conhecia e de sua vida para seguir a Jesus.
Foi por conhecer o Nicodemos que Jesus o interpelou com o apelo: “é necessário nascer de novo”, ou seja, abandonar tudo o que você sabe, tudo o que viveu e começar uma vida nova. Jesus sabia que essa era a dificuldade de Nicodemos, que era esse o ponto que ele precisava tratar.
Jesus disse toda a verdade que Nicodemos precisava ouvir, Jesus conhecia o coração dele. O Senhor faz a mesma coisa conosco: Ele nos questiona naquilo que sabe que precisamos ser questionados, Ele nos leva a refletir sobre aquilo que precisa mudar em nossas vidas para que possamos ser livres, para que possamos nascer de novo.
Quantas pessoas hoje não passam pela mesma situação: simpatizam com Cristo, mas não estão dispostas a nascer de novo. Não estão dispostas a ouvir Cristo pedindo que elas mudem em alguma determinada área de suas vidas.
Nascer de novo envolve duas atitudes: uma de Deus, de nos resgatar, de nos fazer nascer de novo, e uma nossa, de ter disposição de abandonar a antiga vida para viver uma nova vida com Cristo.
Os versos 15 e 16 apresentam uma repetição da frase: “para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. A ênfase parece ser no entendimento de que Deus age para nos resgatar: Ele deu o filho, Ele levantou o filho como Moisés levantou a serpente.
“Para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”
João 3:15,16
Com isso entendo que temos as duas opções: perecer ou adquirir a vida eterna. Deus já deu o Filho, já fez a parte dEle, agora precisamos fazer a nossa parte.
A chave da decisão está no verso 19: amar mais as trevas, preservando as más obras que fazermos, ou amar mais a luz e permitir que nossas obras, boas e más, sejam manifestas.
“E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.”
João 3:19
Jesus fez a parte dele com Nicodemos: mostrou o caminho, mostrou o que precisava ser mudado. Nicodemos escolheu não abandonar tudo. Qual escolha você têm feito?
O testemunho de João
João começa a testemunhar de Cristo o capítulo 1 onde, entre outras coisas, diz:
“No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.”
João 1:29
“E João testificou, dizendo: Eu vi o Espírito descer do céu como pomba, e repousar sobre ele.”
João 1:32
“E eu vi, e tenho testificado que este é o Filho de Deus.”
João 1:34
“E, vendo passar a Jesus, disse: Eis aqui o Cordeiro de Deus.”
João 1:36
Note como, desde o início, João vem trazendo a revelação completa de quem é Jesus: o cordeiro de Deus, o Filho de Deus, que tem o Espírito de Deus, aquele que tira o pecado do mundo.
Aqui no capítulo 3, um pouco mais adiante, ele continua testemunhando:
“Vós mesmos me sois testemunhas de que disse: Eu não sou o Cristo, mas sou enviado adiante dele.”
João 3:28
“Aquele que vem de cima é sobre todos; aquele que vem da terra é da terra e fala da terra. Aquele que vem do céu é sobre todos.”
João 3:31
“O Pai ama o Filho, e todas as coisas entregou nas suas mãos.”
João 3:35
“Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece.”
João 3:36
Esses testemunhos de João a respeito de Cristo são extremamente impactantes. Ele abriu toda a verdade para aquele povo, de quem era realmente Jesus. Não era apenas o Jesus de Nazaré, seu primo, era o Cristo, enviado por Deus, a quem o Pai entregou todas as coisas.
Ninguém que ouviu João afirmar estas verdades poderia usar a desculpa de que não conhecia Jesus como Cristo. João deu clareza da divindade de Jesus e de quem ele era.
O que fico refletindo com esse contundente testemunho de João é: como eu tenho testemunhado de Cristo? O que eu tenho feito para falar sobre Ele e quem Ele é?
Paz.
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