O capítulo 15 marca a transição para o término da carta. Aqui Paulo dá algumas orientações, explica o motivo de escrever essa carta e fala mais sobre seu desejo de visitar Roma.
O capítulo apresenta os seguintes pontos:
- Suportar as fraquezas (1 a 3)
- Recebam uns aos outros (4 a 7)
- A relação dos gentios e dos judeus em Cristo (8 a 13)
- O motivo das palavras de Paulo (14 a 21)
- A intenção de Paulo de ir para Roma (22 a 29)
- Introdução da saudação final (30 a 33)
Veremos alguns deles em mais detalhes.
Vídeo do estudo
Suportar as fraquezas
Este começo de capítulo está conectado com o final do capítulo 14, onde Paulo vinha falando sobre as pequenas diferenças que existem entre os cristãos:
“Mas nós que somos fortes devemos suportar as fraquezas dos fracos e não agradar a nós mesmos. Portanto, cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação.
Romanos 15:1-3
Porque também Cristo não agradou a si mesmo, mas, como está escrito: Sobre mim caíram as injúrias dos que te injuriavam.”
A conclusão do apóstolo, no que se refere à comida, é que os fortes, ou seja, aqueles que comem de tudo (vide Romanos 14:2), devem considerar aqueles que não comem alguns alimentos de maneira que os agradem.
De maneira mais ampla, talvez possamos interpretar que aquele que se julga forte, não deve ser um peso ou tratar de maneira inferior aquele que considera fraco na fé. Pelo contrário, aquele que tem sua fé fortalecida e não tem dúvidas, deve suportar em amor aqueles que ainda não entenderam algumas das verdades da Palavra.
Um exemplo prático e simples sobre esse assunto pode ser o da relação dos neófitos com a oração. Alguns irmãos mais novos na fé acreditam que a oração de uma determinada pessoa vai ser mais poderosa que a de outra, como se o poder da oração ser atendida estivesse na pessoa ou em seu cargo, e não no Senhor. Aqueles que entendem que é o Senhor quem responde à oração, independente do cargo da pessoa, devem suportar em amor os irmãos que ainda não entendem isso.
O amor deve ser a chave das relações, independentemente das pequenas diferenças de entendimento da Palavra.
Recebam uns aos outros
Após isso, a direção que o apóstolo dá é clara:
“Portanto, recebei-vos uns aos outros, como também Cristo nos recebeu para glória de Deus.”
Romanos 15:7
Se as diferenças são menores e os mais experientes na Palavra precisam suportar de coração aqueles que não entendem tão claramente sobre o Reino, o que precisamos fazer é receber uns aos outros.
Quando Paulo fala sobre receber alguém, nesta passagem, está falando exatamente sobre a maneira como cuidamos das pessoas, fazendo uma referência a Cristo.
Cristo nos recebeu sem nos julgar, sem olhar para nossas falhas, nosso passado ou aquilo que estávamos fazendo de errado. Ele nos abraçou, cuidou de nós, nos ensinou e nos abençoou, mesmo com todos os nossos erros e sem que tivéssemos qualquer traço de merecimento.
Essa é a forma com que devemos receber uns aos outros: amando-nos verdadeiramente, como Cristo nos amou.
O motivo das palavras de Paulo
Caminhando para a conclusão da carta, Paulo apresenta o motivo de ter escrito para os cristãos de uma cidade onde ainda não tinha estado:
“Mas, irmãos, em parte vos escrevi mais ousadamente, como para vos trazer outra vez isto à memória, pela graça que por Deus me foi dada, que eu seja ministro de Jesus Cristo entre os gentios, ministrando o evangelho de Deus, para que seja agradável a oferta dos gentios, santificada pelo Espírito Santo.”
Romanos 15:15,16
De maneira humilde, Paulo declara que não estava escrevendo para ensinar, mas sim para lembrá-los daquilo que eles já sabiam.
Ele também afirma que é ministro de Deus para os gentios, ou seja, aquele que leva a Palavra da salvação para os não judeus, possivelmente na intenção de poder, ao chegar em Roma, pregar para estas pessoas.
Nesta parte final de sua carta, ele também fala sobre seu desejo de visitar a cidade de Roma. Em seus planos, o que aconteceria seria o seguinte:
“quando partir para a Espanha, irei ter convosco; pois espero que, de passagem, vos verei e que para lá seja encaminhado por vós, depois de ter gozado um pouco da vossa companhia.
Romanos 15:24,25
Mas, agora, vou a Jerusalém para ministrar aos santos.”
Ele estava terminando sua terceira viagem missionária, levando algumas ofertas, das igrejas pelas quais tinha passado, para a igreja de Jerusalém. Seu desejo era entregar as ofertas, passar pela festa de Pentecostes e partir rumo à Espanha. Em seus planos, no caminho até lá, faria uma parada em Roma para compartilhar a Palavra com os irmãos.
Porém, como vemos a partir de Atos 21:17, quando chegou em Jerusalém, os judeus fizeram um grande tumulto e, com isso, acabaram conseguindo fazer com que Paulo fosse preso. De uma cidade à outra, Paulo chega à Roma para sua prisão.
“E rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que combatais comigo nas vossas orações por mim a Deus, para que seja livre dos rebeldes que estão na Judeia, e que esta minha administração, que em Jerusalém faço, seja bem-aceita pelos santos; a fim de que, pela vontade de Deus, chegue a vós com alegria e possa recrear-me convosco. E o Deus de paz seja com todos vós. Amém!”
Romanos 15:30-33
Note como, muitas vezes, aquilo que planejamos não é o que acontece. Em sua graciosa providência, Deus pode fazer com que os nossos planos não sejam atendidos. Qual é o nosso papel quando isso acontece? Agradecer ao Senhor e continuar fazendo aquilo que Ele nos chamou para fazer.
É isso que Paulo faz. Quando chega a Roma, mesmo em circunstâncias que não eram as quais ele tinha planejado, ele continua fazendo a obra que o Senhor tinha o chamado para fazer.
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