O capítulo 1 do livro de Êxodo introduz o problema entre o povo de Israel e a nação Egípcia. Aqui vemos o fortalecimento do povo de Deus e como o Faraó começa a trabalhar para diminuir esse poder.
O capítulo apresenta os seguintes eventos:
- O crescimento do povo de Israel no Egito (1 a 7)
- O problema (8 a 10)
- A primeira ação (11 a 14)
- A segunda ação (15 a 21)
- A terceira ação (22)
Vamos analisar com mais detalhes estes pontos.
Vídeo do estudo
O crescimento do povo
Os primeiros sete versículos de Êxodo fazem uma ponte entre os eventos do fim do livro de Gênesis e os eventos iniciais de Êxodo. Muitos anos se passam entre estes versículos:
“Todas as almas, pois, que descenderam de Jacó foram setenta almas; José, porém, estava no Egito. Sendo, pois, José falecido, e todos os seus irmãos, e toda aquela geração, os filhos de Israel frutificaram, e aumentaram muito, e multiplicaram-se, e foram fortalecidos grandemente; de maneira que a terra se encheu deles.”
Êxodo 1:5-7
Após José e toda a geração que entrou no Egito vir a falecer, o povo de Israel se multiplica muito no Egito. Essa afirmação é repetida quatro vezes: frutificaram, aumentaram, multiplicaram-se, a terra se encheu deles. Vemos que a ênfase aqui mostrou como o povo de Israel cresceu em tamanho durante todos estes anos.
Aqui começamos a ver o cumprimento de algumas das promessas de Deus sobre os patriarcas, como estudamos no livro de Gênesis.
Porém, o Egito não era o lugar do povo de Israel. Este é um dos temas desta primeira parte do livro de Êxodo. O povo de Israel deveria ir para Canaã, herdar a terra prometida, mas continuavam ali no Egito.
Aqui temos um paralelo muito comum de ser feito para os dias o de hoje, onde o Egito representa o mundo e Canaã representa o Reino. Assim como o povo de Israel não pertencia ao Egito e não deveria permanecer lá, nós não pertencemos ao mundo e não devemos permanecer lá.
O mundo não é o nosso lugar, não é o lugar para o povo de Deus. Habitamos no mundo, mas não somos daqui. Somos estrangeiros no mundo e não podemos nos associar com o mundo, mesmo vivendo, temporariamente, aqui.
O problema
A Palavra é direta ao relatar o problema que Israel começou a representar para o Egito:
“Depois, levantou-se um novo rei sobre o Egito, que não conhecera a José, o qual disse ao seu povo: Eis que o povo dos filhos de Israel é muito e mais poderoso do que nós. Eia, usemos sabiamente para com ele, para que não se multiplique, e aconteça que, vindo guerra, ele também se ajunte com os nossos inimigos, e peleje contra nós, e suba da terra.”
Êxodo 1:8-10
Um novo Faraó se levanta, um que não conhecia José e, analisando a situação, percebe que aquele povo poderia ser um problema para a nação que ele governava por conta do seu poder e tamanho.
Imagine que algumas pessoas, que você não conhece, começam a chegar na sua casa e se alojarem ali. Foi isso que aconteceu com este novo Faraó.
É interessante notar que, apesar de todo o avanço do Egito e dos seus conhecidos feitos na passagem de conhecimento histórico entre as gerações e da fama de José, poucas décadas depois tenha se levantado um novo Faraó, que não conhecia José. Não parece ser algo comum.
Apesar de discordarem na ordem dos eventos, muitos teólogos concordam que, por conta da dominação dos Hicsos, a troca de um governo Egípcio para um do povo Hicso (ou o inverso) possam ter causado isso. Faz sentido que essa parte da história não fosse repassada no caso de um novo domínio externo ou do resgate do governo pelo povo local. Isso explicaria o fato do novo faraó não conhecer José.
Outro ponto interessante deste primeiro capítulo, que se repete ao longo do livro de Êxodo, é que não sabemos o nome do Faraó. Sabemos até mesmo o nome das parteiras, mas não sabemos o nome da autoridade máxima de uma das maiores nações da época.
Uma teoria é a de que esse nome foi intencionalmente oculto para que o nome do Senhor, que é revelado nesse livro, fosse exaltado e mostrasse sua superioridade em relação ao governo humano.
A aplicação aqui é a que veremos ao longo do livro de Êxodo: os planos do inimigo não podem parar os planos de Deus. Não há deus que seja superior ao nosso, não há governo que seja maior que nosso Deus.
A primeira ação
Após isso lemos as diversas tentativas do Faraó para diminuir o poder do povo de Israel. A primeira delas é colocar um pesado fardo sobre o povo:
“E os egípcios puseram sobre eles maiorais de tributos, para os afligirem com suas cargas. E edificaram a Faraó cidades de tesouros, Pitom e Ramessés. Mas, quanto mais os afligiam, tanto mais se multiplicavam e tanto mais cresciam; de maneira que se enfadavam por causa dos filhos de Israel. E os egípcios faziam servir os filhos de Israel com dureza; assim, lhes fizeram amargar a vida com dura servidão, em barro e em tijolos, e com todo o trabalho no campo, com todo o seu serviço, em que os serviam com dureza.”
Êxodo 1:11-14
Porém, como lemos no relato, quanto mais duro era o jugo, mais o povo se multiplicava. Da mesma forma que vemos com Jacó sendo enganado por Labão e, mesmo assim, crescendo, vemos o povo de Israel crescendo.
Não há nada que pare o povo de Deus. Vivemos num tempo onde muitos pensamentos, projetos e ações se levantam contra o povo de Deus. O mundo pode tentar nos perseguir, nos matar, nos destruir, mas nada para o povo de Deus, a não ser a vontade do próprio Senhor.
Enquanto o Senhor estiver à frente, a batalha estará vencida.
A segunda ação
Faraó tenta então suar as parteiras para eliminar os meninos Israelitas:
“E o rei do Egito falou às parteiras das hebreias (das quais o nome de uma era Sifrá, e o nome da outra, Puá) e disse: Quando ajudardes no parto as hebreias e as virdes sobre os assentos, se for filho, matai-o; mas, se for filha, então, viva.”
Êxodo 1:15,16
Mas elas não obedecem, enganam Faraó e, mais uma vez, seus planos são frustrados.
Novamente vemos um possível motivo para isso não estar relatado na história dos Egípcios. Para eles seria uma vergonha relatar apenas as derrotas de seu governante.
A terceira ação
Por fim, Faraó pede que seu próprio povo elimine os meninos Israelitas:
“Então, ordenou Faraó a todo o seu povo, dizendo: A todos os filhos que nascerem lançareis no rio, mas a todas as filhas guardareis com vida.”
Êxodo 1:22
Veremos no segundo capítulo como isso acabou por se tornar a maior derrota dos Egípcios.
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