“E dirás: Montes de Israel, ouvi a palavra do Senhor DEUS: Assim diz o Senhor DEUS aos montes, aos outeiros, aos ribeiros e aos vales: Eis que eu, sim eu, trarei a espada sobre vós, e destruirei os vossos lugares altos.” (Ezequiel 6:3)
E aí? Será que Deus castiga? Olhando isoladamente este versículo do livro de Ezequiel e também vários outros, será fácil entendermos que sim, Deus castiga os homens. Mas olhar um versículo isolado, ignorando o contexto da mensagem é sempre um erro muito grave.
Responda-me uma coisa: alguém que está fazendo um racha com seu carro nas ruas da cidade e toma uma multa, está sendo castigado ou está sendo recompensado pelo seu ato? O traficante que é preso está sendo castigado ou está pagando o preço do seu ato? O pedófilo que é preso está sendo castigado?
Existe uma diferença monumental no entendimento que temos do que é um castigo e do que é uma recompensa. Apesar das duas palavras denotarem algo semelhante, quando pensamos em castigo, pensamos numa punição injusta, enquanto que quando pensamos em recompensa pensamos em algo válido, pois fizemos por merecer.
No Velho Testamento o povo de Israel andava sob os mandamentos da lei, lei esta que eles aceitaram e decidiram seguir. Caso andassem conforme a lei, tudo lhes sairia bem, caso transgredissem a lei, seriam recompensados por isso também. Então Deus não está castigando o povo, está simplesmente sendo fiel aos seus princípios e à verdade inerente à Sua santidade.
Já quando Jesus vem, tenta mostrar para o povo que andar sob aquele jugo da lei era algo que o ser humano não conseguiria fazer, deixando claro para todos que o melhor seria viverem sob a graça de Deus. Muitos não aceitaram e quiseram continuar com o jugo da lei. Os que aceitaram o sacrifício vicário de Cristo estavam desobrigados da lei.
De qualquer forma, a lei da recompensa, ou lei da semeadura, continuava válida, afinal: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará”, como está escrito em Gálatas 6:7. Hoje, caso vivamos sob a graça, mas vivamos uma vida de corrupção e imoralidade, teremos a recompensa disso, naturalmente.
Quando olhamos a vontade divina para o homem, num contexto bíblico geral, vemos o plano de redenção dEle atuando desde o princípio dos tempos e se cumprindo na Cruz. O que acontece é que nós, como seres humanos preferimos transferir para Deus a responsabilidade do que na verdade é causado pelos nossos próprios atos. Vivemos vidas de total desobediência à Sua Palavra, sempre plantando sementes de corrupção, imoralidade, lascívia, mentiras e enganos. Quando estas sementes crescem e dão frutos, queremos fingir que Deus foi quem fez este fruto crescer, esquecendo-nos do que plantamos.
Precisamos parar de pensar que Deus nos castiga e começar a enxergar que somos nós mesmos que plantamos tudo o que colhemos.
Paz.
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