“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto. ” (João 15:1,2)
Quando nós reconhecemos Jesus como o Cristo e o aceitamos como Salvador, logo temos que começar a dar frutos. Logo que me converti, eu ia a uma igreja que não ficava na cidade onde eu morava, aliás, ficava bem longe. Nesta igreja, nosso pastor costumava perguntar para as pessoas o seguinte: “Irmão, quantas pessoas você trouxe para Cristo esta semana? E este mês? E este ano?”. Eu me lembro que esta pergunta sempre me deixava mal. Acredito que boa parte da audiência ficava assim também.
Não quero entrar no mérito se ele estava certo ou não pois conheço o coração dele e sei que ele fazia isso para mostrar-nos a importância e a urgência que temos em falar do amor de Deus para as pessoas.
Todavia, isto acabou me deixando com a incorreta ideia de que nossos frutos são as pessoas que conseguimos “ganhar para Jesus” ou que se converteram através de nossas vidas. Hoje, quero complementar um pouco esta ideia.
Antes de nos convertermos, quando ainda andamos da maneira que entendemos ser a melhor, podemos até nos julgar boas pessoas, mas sabemos que existem coisas que fazemos que não estão corretas. Por exemplo, um homem pode ser uma ótima pessoa, um bom pai, um marido atencioso, mas que, de vez em quando, faz um pequeno furto, apenas por diversão ou para dar algo para a esposa. Outra pessoa pode ser um ótimo filho, mas que usa drogas ocasionalmente. Uma pode ser uma esposa dedicada à família, mas que trai o marido de vez em quando.
Todas estas pessoas se julgam boas pessoas e, aos olhos do mundo realmente estas pessoas tem grandes qualidades, porém todas sabem que fazem algumas coisas que não estão corretas. A sua consciência lhes acusa.
Quando nos convertemos, as primeiras coisas das quais temos que nos arrepender são estas, as que já sabemos que fazemos errado. Não adianta esperar que uma pessoa que está chegando hoje à Cristo entenda que deve se arrepender por algo que ele ainda não entende. Nos arrependemos primeiramente daquilo que já sabemos estar errado.
Estes são os primeiros frutos que devemos mostrar. Quando mostramos estes frutos, a palavra escrita em João 15 se cumpre em nossas vidas e passamos a dar mais frutos. Por outro lado, se não mostramos nem mesmo estes frutos, como seremos limpos? Os nossos primeiros frutos, normalmente, são os frutos de arrependimento.
“Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo? Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma.” (Tiago 2:14,17)
Após um tempo, quando já aprendemos algumas coisas, quando já nos arrependemos de alguns pecados, mudamos um pouco a direção de nossas vidas, devemos avançar em nossos frutos e começar a viver uma fé que não é morta. Precisamos começar a viver uma fé viva!
De que adianta nos arrependermos de tudo o que fizemos de errado se não amarmos o nosso próximo? Corremos o sério risco de nos tornarmos como o sacerdote e o levita da parábola do bom samaritano. Corremos o risco de nos tornarmos religiosos.
Estes frutos devem também aparecer em nossas vidas, e a palavra de João 15 se cumpre e passamos a dar mais frutos. Se paramos na etapa do arrependimento, será que continuaremos sendo limpos? Ou seremos cortados da videira pelo lavrador?
“Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado.” (Tiago 4:17)
Passa-se um tempo e começamos a entender que devemos sempre, em todo o tempo, fazer o bem, mesmo com aqueles que nos fazem o mal. Começamos a parecer cada vez mais com Jesus.
Estes frutos de amor ao próximo, arrependimento, boas obras, devem todos aparecer em nossas vidas para que possamos avançar em Deus.
Não quero aqui estabelecer uma regra ou uma ordem para que as coisas aconteçam na vida de um cristão. Não defino como as coisas acontecem, estou apenas querendo exemplificar alguns dos muitos frutos que nossas vidas cristãs devem mostrar. Existem outros tipos de frutos, podem estar em outra ordem, pode ser que Deus queira fazer tudo diferente. Não tome o que escrevi aqui como regra certa e absoluta, é apenas uma reflexão sobre os frutos de nossas vidas, sobre como devemos avançar, como devemos crescer em Deus.
Espero ter contribuído, mesmo que pouco.
Paz.
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