“Ora, a mensagem que, da parte dele, temos ouvido e vos anunciamos é esta:que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma. Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo- lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós” (1 João 1:5-10)
O diabo vem trabalhando, há milhares de anos e de uma maneira muito sutil, para que nós não entendamos a necessidade que temos de confessar os nossos pecados. Isto feito, perde-se uma parte importante, talvez imprescindível, para o processo de arrependimento e travamos nossa caminhada.
Mas por que travamos nossa caminhada? Qual a necessidade da confissão de nossos pecados? Não basta que nos arrependamos?
É necessário que confessemos nossos pecados a Deus e peçamos perdão. Não podemos negociar isso. Se não admitimos nossos pecados, como teremos acesso ao perdão conquistado na cruz? Se eu não tenho erros, por qual motivo necessito do perdão? Confessar é admitir o erro, ato imprescindível para que o sangue de Cristo nos justifique.
Não basta que confessemos a Deus e nos arrependamos? Em boa parte das vezes, sim. Mas e quando nosso pecado afetou diretamente outras pessoas? Zaqueu não fez justamente isso? Ao falar para Jesus que restituiria quatro vezes o valor defraudado para todas as pessoas, não estaria ele confessando seus erros para estas pessoas e pedindo perdão?
Para dar alguns exemplos mais práticos: e se um homem trai a sua esposa, basta confessar a Deus? E se um filho está nas drogas? E se uma esposa está mentindo para o marido? Não é cristão confessar para estas pessoas e pedir perdão?
Existem também os casos de pecados que, sozinhos, não conseguimos nos livrar. Muitas vezes podem ser pecados na área sexual, mentiras ou coisas escondidas. Nestes casos não seria saudável confessar para um irmão de confiança, sério na caminhada e mais experiente para que este orasse com o primeiro e lhe ajudasse no processo?
É bom nestas horas lembrar do que está escrito em Thiago capítulo 5 verso 16: “Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo.”. Note que, ao escrever isso, Thiago utilizou a palavra ιαομαι – iaomai – que tem uma das traduções como “livrar de erros e pecados”. Obviamente a frase dele não quis dizer que a oração de um justo substituiria o feito de Cristo, apenas que ajudaria o irmão em pecado no processo de conhecimento da verdade.
Entendida a necessidade da confissão, tanto a Deus quanto aos irmãos, é importante entendermos como o diabo plantou em nossas mentes uma falsa verdade para que nos afastássemos deste caminho do arrependimento.
É também importante notar que, a partir daqui, estou falando sobre o que tenho visto acontecer e não necessariamente sobre algo com base bíblica. Logo, avalie e retenha apenas aquilo que julgar bom. Caso discorde, comente, para que todos possamos crescer em entendimento.
Após muito trabalho, um sutil e duradouro trabalho, o diabo fez as nossas mentes separarem os pecados em dois grandes grupos: os aceitáveis e os abomináveis.
Os pecados aceitáveis não necessitam de confissão ou perdão pois são tão comuns, tão normais, que não é necessário admitir este tipo de erro. É aquele tipo de erro onde normalmente ouvimos a seguinte frase: “mas todo mundo faz isso”. É a mentira, o jeitinho brasileiro, a desonra, etc.
No outro grupo, os abomináveis, colocamos os pecados que jamais podem ser confessados, são aqueles dos quais temos vergonha demais para confessar ou tememos demais as consequências. Para alguns pode ser a traição, o homossexualismo e o roubo. Para outros pode ser pedofilia, assassinato, não sei.
A questão é termos a certeza e a maturidade necessárias para que entendamos que todos os pecados, da mentira à pedofilia, são abomináveis diante de um Deus totalmente santo. Todos abomináveis, todos igualmente errados, nenhum aceitável. Por isso, todos os pecados devem ser tratados com a mesma maturidade e seriedade, sem distinção alguma.
Logo não é necessário ficar mais envergonhado por ser homossexual do que por mentir. Todos estes pecados, sejam quais forem, necessitam passar pelo arrependimento, confissão e perdão. Você que mente, que fofoca, que é glutão, não é em nada melhor do que um assassino, logo, nunca olhe outra pessoa com diferença ou soberba pelo pecado dela, afinal, isso também é pecado. Pelo contrário, trate o seu pecado e ajude o próximo, se possível, a tratar o dele.
Quer dizer então que estou colocando todas as pessoas, o homofóbico e o mentiroso no mesmo saco? É tudo a mesma coisa?
De um ponto de vista sim. Tudo é pecado. Porém os pecados diferem entre si em alguns aspectos…
O primeiro é a consequência. Um jovem que desobedece seus pais provavelmente não vai sofrer as mesmas consequências aqui na terra que alguém que mata outra pessoa. Um pode ser preso por muitos anos, o outro, no máximo, ficará de castigo ou tomará umas palmadas. Ambos são igualmente pecadores, mas as consequências aqui na terra, são bem diferentes.
Independente das consequências, precisamos confessar e pedir perdão.
O segundo aspecto que difere entre pecados, é a dificuldade de livrar-se. Por exemplo, normalmente uma pessoa que costuma falar alguns palavrões vai parar com esta prática muito mais facilmente do que um viciado em crack vai deixar seu vício. Ambos podem ser livres mas, em alguns casos, o processo é mais longo.
Em ambos os casos, é necessário passar pelo caminho do arrependimento, confissão e perdão.
O que importa disso tudo é termos em mente que não existem pecados aceitáveis. Não existem motivos para pecados não serem confessados ou serem tratados de maneira diferente uns dos outros. Tudo o que estiver desalinhado da vontade de Deus em nossas vidas, deve ser corrigido.
E você, precisa confessar algo?
Paz.
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