O capítulo 3 da carta de Pedro continua com instruções diretas para nós, falando sobre o casamento e a necessidade que temos de fazer o que é correto.
Neste capítulo vemos os seguintes assuntos sendo tratados:
- Instruções para o casamento (1 a 7)
- A ideia de fazer o bem (8 a 13)
- O contraponto da ideia (14 a 17)
- Uma boa consciência em Deus (18 a 22)
Veremos alguns deles.
Vídeo do estudo de 1 Pedro – Capítulo 3
Instruções para o casamento
Pedro continua no tema da submissão, desta vez falando sobre o casamento:
“Semelhantemente, vós, mulheres, sede sujeitas ao vosso próprio marido, para que também, se algum não obedece à palavra, pelo procedimento de sua mulher seja ganho sem palavra,”
1 Pedro 3:1
Aqui ele fala sobre como a esposa cristã pode ganhar o marido não cristão apenas com as suas atitudes, sem a necessidade de pregar a palavra constantemente.
Ele também fala que a esposa deve ser submissa ao marido, ou seja, caminhando a mesma jornada, tendo a mesma missão que o marido. O tema da submissão é um tema sempre muito controverso, por isso minha recomendação é sempre a mesma: ore e busque, no Espírito, o que essa passagem ensina para você.
Da mesma forma, Pedro pede que os maridos tratem suas esposas com a devida honra, respeito e amor:
“Igualmente vós, maridos, coabitai com ela com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais fraco; como sendo vós os seus coerdeiros da graça da vida; para que não sejam impedidas as vossas orações.”
1 Pedro 3:7
Interessante notar que o apóstolo nos ensina que nossas orações podem ser impedidas caso não honremos devidamente as nossas esposas. Note como Deus trata do assunto casamento com seriedade, a ponto de nem mesmo ouvir nossas orações quando as coisas estão desalinhadas em casa.
Fazer o bem
Então Pedro nos ensina que devemos fazer o bem sempre e que seremos abençoados ao fazermos o bem:
“não tornando mal por mal ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, sabendo que para isto fostes chamados, para que, por herança, alcanceis a bênção.
1 Pedro 3:9,10
Porque quem quer amar a vida e ver os dias bons, refreie a sua língua do mal, e os seus lábios não falem engano;”
O apóstolo nos diz que vamos alcançar a benção, amar a vida e ver os dias bons, se fizermos o que é correto e guardarmos nossa língua.
Essa passagem apresenta uma cilada de interpretação muito comum: o entendimento da promessa. Parece que aqui temos uma promessa muito simples de ser entendida: se refrearmos nossas língua do mal e não falarmos enganos, veremos os dias bons. O desafio que temos aqui é de não interpretarmos o texto ignorando o contexto da passagem. Note o que ele diz nos versos 13 e 14:
“E qual é aquele que vos fará mal, se fordes zelosos do bem? Mas também, se padecerdes por amor da justiça, sois bem-aventurados. E não temais com medo deles, nem vos turbeis;”
1 Pedro 3:13,14
Pedro afirma que caso, mesmo fazendo o bem e guardando a língua do mal, padecermos, ou seja, sofrermos, somos bem-aventurados.
Fazer o bem e guardar a língua não é uma certeza de que viveremos apenas dias felizes, mas a obrigação dos que foram salvos, que foram resgatados de uma vida vazia por um preço que jamais poderiam pagar. Somos bem-aventurados tanto no sofrimento quanto nos dias felizes. O verso 17 conclui o assunto dizendo:
“porque melhor é que padeçais fazendo o bem (se a vontade de Deus assim o quer) do que fazendo o mal.”
1 Pedro 3:17
O único caminho que temos, o único caminho que faz sentido, é fazermos o bem.
Uma das passagens mais difíceis do NT
Então, o capítulo 3 nos apresenta uma das passagens mais difíceis de interpretarmos que temos no novo testamento:
“Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito, no qual também foi e pregou aos espíritos em prisão, os quais em outro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram pela água,”
1 Pedro 3:18-20
Podemos entender melhor dividindo um pouco o texto:
- Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados
- o justo pelos injustos
- para levar-nos a Deus
- mortificado, na verdade, na carne
- mas vivificado pelo Espírito
- no qual também foi e pregou aos espíritos em prisão
- os quais em outro tempo foram rebeldes,
- quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé
- enquanto se preparava a arca
Separando o texto em partes menores, sem ignorar o contexto, notamos que a parte mais complexa de entendermos aqui é a questão de Cristo ter pregado para os espíritos em prisão.
As dúvidas mais comuns que surgem são:
- Quando Cristo fez isso?
- Que espíritos eram esses?
- Qual prisão é essa?
- O que se entende quando Pedro diz que eles foram “rebeldes”?
Estas 4 perguntas não têm uma resposta simples ou um consenso entre a comunidade teológica. Muitos comentaristas até mesmo evitam comentar esta passagem justamente por sua dificuldade de interpretação.
Um entendimento mais comum é o de que Cristo, após sua morte, antes de sua ressurreição, tenha ido até o hades para anunciar aos demônios que estavam presos a sua vitória na cruz. Isso responderia todas as perguntas, porém não podemos afirmar certamente que foi isso que aconteceu. Aqui, minha sugestão, como em outros trechos mais complexos da Palavra, é: extraia o que temos de principal no texto, não se preocupe tanto com as passagens que são mais complexas de serem interpretadas.
Desafios do capítulo
Neste capítulos seus desafios são:
- Responda qual a sua opinião sobre o que Pedro escreveu sobre o casamento
- Qual foi o ponto desta carta, até agora, que mais lhe chamou a atenção e por quê?
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