Introdução resumida à carta
Como já fiz uma introdução de 1 Pedro um pouco mais detalhada, vou fazer apenas um breve resumo para nos dar contexto desta segunda carta de Pedro:
- Autor: o apóstolo Pedro
- Data: incerta, provavelmente cerca de 60 d.C, data próxima da morte do apóstolo
- Para quem a carta foi escrita: igrejas cristãs que estão recebendo falsos ensinos. No meu entendimento, um grupo maior do que o da primeira carta
- Quais são os assuntos principais: encorajamento para cristãos que estavam sendo atacados por ensinos diferentes dos de Cristo e por pessoas que questionavam o fato de Cristo ainda não ter voltado
Existem diversos outros fatos e questionamentos sobre essa carta, mas eles são importantes apenas para quem deseja se aprofundar muito mais nos estudos. O entendimento da carta não depende desta análise mais aprofundada.
O primeiro capítulo
Neste primeiro capítulo vemos Pedro se apresentando, falando sobre frutos, sua morte e validade da Palavra. É um capítulo com recomendações que valem ser aplicadas em nossas vidas.
O capítulo está organizado da seguinte forma:
- Apresentação (1 e 2)
- Frutos que nossa vida deve apresentar (3 a 9)
- Nosso destino (11 e 12)
- O fim da vida de Pedro (13 a 15)
- Experiência de Pedro com Cristo (16 a 18)
- O poder das escrituras (19 a 21)
Veremos alguns destes pontos.
Vídeo do estudo de 2 Pedro – Capítulo 1
Frutos
Após a sua apresentação, Pedro fala sobre os frutos que nossa vida deve apresentar:
“Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou por sua glória e virtude, pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que, pela concupiscência, há no mundo, e vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude, a ciência, e à ciência, a temperança, e à temperança, a paciência, e à paciência, a piedade, e à piedade, a fraternidade, e à fraternidade, o amor. Porque, se em vós houver e aumentarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Pois aquele em quem não há estas coisas é cego, nada vendo ao longe, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados.”
Pedro 1:3-9
O apóstolo nos diz que somos “participantes da natureza divina”, ou seja, não vivemos mais em pecados, pois já escapamos desse estilo de vida mundano. Vamos na contramão do mundo, enquanto o mundo escolhe pecar, nós escolhemos a santidade e obediência ao Senhor. Isso é uma característica que nos diferencia do mundo.
Além disso, Pedro instrui a igreja a acrescentar a seguinte lista de qualidades em sua vida:
- Fé
- Virtude
- Ciência
- Temperança
- Paciência
- Piedade
- Fraternidade
- Amor
Podemos entender cada uma delas e tentar identificá-las em nossas vidas. Devemos buscar manifestar estas características em nossas vidas.
Pedro termina este trecho da carta com uma frase muito forte:
“Pois aquele em quem não há estas coisas é cego, nada vendo ao longe, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados.”
2 Pedro 1:9
O que aprendo aqui é que, quando não manifestamos estas coisas em nossas vidas, estamos nos esquecendo de que a vida na Terra é só uma etapa muito pequena de toda a eternidade. Se colocamos em perspectiva que vamos ter uma eternidade inteira pela frente e que ela depende das escolhas que fazemos enquanto estamos nesta vida, entendemos o que Pedro quis dizer.
Cristo nos ensinou a mesma coisa em João 6:
“Trabalhai não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará, porque a este o Pai, Deus, o selou.”
João 6:27
Não podemos ter os nossos olhos naquilo que vale apenas para nosso tempo aqui na Terra, para os prazeres passageiros ou para o que não tem peso na eternidade. Nosso foco é a eternidade, por isso, manifestar estas características que Pedro listou passa a ser uma prioridade para nós.
O fim da vida de Pedro
Pedro também comenta sobre a brevidade do fim de sua vida, o que reforça o conselho dos versículos anteriores:
“E tenho por justo, enquanto estiver neste tabernáculo, despertar-vos com admoestações, sabendo que brevemente hei de deixar este meu tabernáculo, como também nosso Senhor Jesus Cristo já mo tem revelado. Mas também eu procurarei, em toda a ocasião, que depois da minha morte tenhais lembrança destas coisas.”
2 Pedro 1:13-15
Pedro tinha uma urgência de falar sobre estas coisas com aquelas igrejas, uma vez que seu fim estava próximo. É como se ele não pudesse partir sem falar sobre aqueles assuntos.
Vemos a mesma coisa acontecendo com Paulo antes de sua prisão, no final de sua terceira viagem missionária.
O poder das escrituras
Também encontramos o apóstolo falando sobre como a igreja deveria estar atenta às “palavras dos profetas”:
“E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração, sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.”
2 Pedro 1:19-21
Era importante para a igreja, e é até hoje, que eles compreendessem a Palavra, estando atentos a tudo o que Deus já havia revelado.
Uma parte da importância disso vem de Pedro dizendo que estamos num lugar escuro e a Palavra ilumina esse lugar, ou seja, estamos num mundo perdido e a Palavra de Deus é a luz que ilumina nosso caminho até Cristo. Sei que parece ser uma interpretação distante do que Pedro escreveu, mas não é tão distante assim.
O apóstolo diz que a Palavra ilumina nosso lugar “até que o dia esclareça e a estrela da alva apareça em vosso coração”, ou seja até que Cristo retorne, no dia onde toda a escuridão vai se desfazer.
Ele também ensina que as profecias não são de “particular interpretação”, ou seja, não se podem ser entendidas isoladamente, sem que sejam consideradas as outras partes da escritura. Na realidade, nunca podemos interpretar um trecho da Palavra de maneira isolada, isso pode nos levar a entendimentos incorretos.
Tudo isso que Pedro pede à igreja era para que eles evitassem acreditar em falsos ensinos:
“Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas, mas nós mesmos vimos a sua majestade,”
2 Pedro 1:16
Não podemos acreditar em teorias e filosofias que vão contra a Palavra, que são contra a vontade de Deus. Só seremos capazes de fazê-lo se conhecermos profundamente a Deus e à Palavra.
Desafios do capítulo
Neste capítulo o seu desafio é comentar o que foi mais importante para você neste capítulo e também dizer quais outros textos da Palavra você se lembra quando falamos sobre a importância das escrituras.