Resumo do estudo de Êxodo 34
Neste estudo de Êxodo 34 vemos que Moisés vai novamente falar com Deus, pedindo pela Sua misericórdia e refazendo as tábuas da lei.
Os seguintes assuntos são abordados nesse capítulo:
- As novas tábuas da lei (1 a 4)
- Moisés clama por misericórdia (5 a 9)
- Aliança e admoestação (10 a 17)
- A festa dos pães asmos (18 a 20)
- A festa das semanas e a festa da colheita (21 a 24)
- Outras instruções (25 a 28)
- O rosto de Moisés resplancede (29 a 35)
Veremos alguns deles com mais detalhes.
As novas tábuas da lei
Como vimos no capítulo 32, as primeiras tábuas da lei haviam sido quebradas, por isso vemos Moisés aqui preparando as novas tábuas:
“Então, disse o Senhor a Moisés: Lavra-te duas tábuas de pedra, como as primeiras; e eu escreverei nas tábuas as mesmas palavras que estavam nas primeiras tábuas, que tu quebraste. E prepara-te para amanhã, para que subas pela manhã ao monte Sinai, e ali põe-te diante de mim no cume do monte. E ninguém suba contigo e também ninguém apareça em todo o monte; nem ovelhas nem bois se apascentem defronte do monte. Então, ele lavrou duas tábuas de pedra, como as primeiras; e levantou-se Moisés pela manhã de madrugada e subiu ao monte Sinai, como o Senhor lhe tinha ordenado; e tomou as duas tábuas de pedra na sua mão.”
Êxodo 34:1-4
Noto aqui dois pontos interessantes. O primeiro é que Deus ordena que ninguém subisse o monte com Moisés, algo diferente do que vemos em Êxodo 19:24, onde Arão podia subir com Moisés ou em Êxodo 24:9-11 onde outras pessoas também subiram.
Após o pecado cometido, a consequência do afastamento da presença mais próxima do Senhor era clara.
Da mesma forma nós, quando pecamos, se não nos arrependemos, não temos como nos aproximar de um Deus santo. O arrependimento é o que nos leva ao perdão dos nossos pecados e aproximação com o Senhor.
Outro ponto de destaque aqui é que Deus pede que Moisés lavre duas pedras para o outro dia, pela manhã. Esse processo de trabalhar a pedra poderia ser algo não tão trivial para ser feito de um dia para o outro, mas Moisés obedece ao Senhor sem discutir.
A obediência ao Senhor é uma marca de um cristão experimentado. Aqueles que já conhecem o Senhor e que andam com Ele de maneira consistente, são pessoas obedientes.
Mais para frente vemos o verso 28:
“E esteve Moisés ali com o Senhor quarenta dias e quarenta noites; não comeu pão, nem bebeu água, e escreveu nas tábuas as palavras do concerto, os dez mandamentos.”
Êxodo 34:28
Nesse verso, as novas tábua da lei são escritas, para que Moisés as levasse para o povo.
Moisés clama por misericórdia
Quando Moisés se encontra com o Senhor, a partir do verso 5, vemos que ele pede pela misericórdia de Deus:
“E o Senhor desceu numa nuvem e se pôs ali junto a ele; e ele apregoou o nome do Senhor. Passando, pois, o Senhor perante a sua face, clamou: Jeová, o Senhor, Deus misericordioso e piedoso, tardio em iras e grande em beneficência e verdade; que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniquidade, e a transgressão, e o pecado; que ao culpado não tem por inocente; que visita a iniquidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até à terceira e quarta geração. E Moisés apressou-se, e inclinou a cabeça à terra, e encurvou-se, e disse: Senhor, se agora tenho achado graça aos teus olhos, vá agora o Senhor no meio de nós; porque este é povo obstinado; porém perdoa a nossa iniquidade e o nosso pecado e toma-nos pela tua herança.”
Êxodo 34:5-9
É importante entendermos aqui que Deus chega diante de Moisés e declara um pouco de quem Ele é, dizendo:
- “Jeová, o Senhor”: Ele é o nosso Senhor, isso tem um significado muito intenso para nós. Vemos isso ressoar ao longo de toda a Palavra;
- “Deus misericordioso e piedoso”: Nosso Deus é misericordioso, Ele nos ama e quer nos perdoar, precisamos apenas nos arrepender de nossos pecados;
- “tardio em iras e grande em beneficência e verdade”: Deus não se ira com facilidade, Ele é bom e suporta nossa ingratidão até que nos arrependamos;
- “que guarda a beneficência em milhares”: A bondade de Deus é muito maior do que podemos imaginar, do que podemos contar;
- “que perdoa a iniquidade, e a transgressão, e o pecado”: Se nos arrependermos, Ele nos perdoa de tudo o que fizemos de errado, não importa o que tenha sido;
- “que ao culpado não tem por inocente”: Ao mesmo tempo, Ele é um juiz justo, que não inocenta aquele que é culpado e não se arrepende;
- “que visita a iniquidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até à terceira e quarta geração”: Que sabe, e nos ensina que, nossos erros acabam reverberando nas vidas de nossos filhos.
Essa apresentação do Senhor diante de Moisés leva Moisés a uma posição de reverência, onde ele se curva perante o Senhor e inclina sua cabeça à terra.
Quanto mais conhecemos ao Senhor, mais aumentamos nossa reverência e honra. Conhecer ao Senhor muda completamente as nossas vidas. Quer conhecer mais das características de Deus, compre o livro “Muito além de um Pai”.
Após isso então Moisés, entendendo quem é o Senhor, pede que, novamente, Deus tenha misericórdia do povo e esteja com eles na peregrinação.
Conhecer a Deus nos leva a essa posição de rendição e arrependimento. Entender que Deus é um juiz justo, que não tem o culpado por inocente, nos faz refletir e clamar pela Sua misericórdia.
Além disso, por ser o segundo apelo que Moisés faz a Deus em favor do povo nessa situação, vemos que, como líder, Moisés amava aquele povo. Mesmo sabendo que o povo havia pecado, mesmo tendo ficado revoltado com a situação em que eles se encontravam, mesmo tendo visto com seus próprios olhos a depravação do povo, Moisés os amava.
Como líderes, nós temos que amar aqueles que caminham conosco.
A aliança de Deus com o povo
Ouvindo o clamor de Moisés, Deus faz uma aliança com o povo:
“Então, disse: Eis que eu faço um concerto; farei diante de todo o teu povo maravilhas que nunca foram feitas em toda a terra, nem entre gente alguma; de maneira que todo este povo, em cujo meio tu estás, veja a obra do Senhor; porque coisa terrível é o que faço contigo.”
Êxodo 34:10
Apesar da ARC fazer a tradução como “concerto”, outras traduções trazem a palavra “aliança”, que parece ser mais adequada. A palavra original aqui, é בְּרִית (bᵊrîṯ), a mesma usada na aliança que Deus faz conosco através de Noé.
Nessa aliança, Deus garante a Moisés que faria coisas maravilhosas, que nenhuma outra nação havia visto até então. O objetivo aqui era que todo o povo visse a obra do Senhor e quão maravilhoso Ele é.
As obras do Senhor aqui na terra, que são manifestadas em nosso meio, nos levam a glorificar o Seu nome, reconhecendo a Sua bondade e seu amor por nós.
Ordenança contra adoração imprópria
Após declarar a aliança, Deus relembra o povo de que a adoração deve ser dada somente a Ele:
“Guarda o que eu te ordeno hoje; eis que eu lançarei de diante de ti os amorreus, e os cananeus, e os heteus, e os ferezeus, e os heveus, e os jebuseus. Guarda-te que não faças concerto com os moradores da terra aonde hás de entrar; para que não seja por laço no meio de ti. Mas os seus altares transtornareis, e as suas estátuas quebrareis, e os seus bosques cortareis. Porque te não inclinarás diante de outro deus; pois o nome do Senhor é Zeloso; Deus zeloso é ele; para que não faças concerto com os moradores da terra, e não se prostituam após os seus deuses, nem sacrifiquem aos seus deuses, e tu, convidado deles, comas dos seus sacrifícios, e tomes mulheres das suas filhas para os teus filhos, e suas filhas, prostituindo-se após os seus deuses, façam que também teus filhos se prostituam após os seus deuses. Não farás para ti deuses de fundição.”
Êxodo 34:11-17
Deus não admite ser traído com seu povo adorando outros deuses, esse foi exatamente o pecado que eles haviam cometido, mesmo sem se misturarem com outros povos.
Conforme eles avançassem na conquista da terra prometida, teriam contato com muitos outros povos e acabariam conhecendo muitas outras culturas, que adoravam diversos deuses diferentes. Aqui já vemos Deus alertando o povo do perigo de se misturarem com outras culturas e acabarem se contaminando com os pecados deles.
Ao longo da história do povo de Israel, vemos isso se cumprindo, uma vez que eles, mais uma vez, desobedecem ao Senhor e se misturam com estes povos.
Deus havia sido muito claro nestes versículos, dizendo: não se misturem com estes povos, não sacrifiquem aos seus deuses, não tomem das mulheres desses povos para seus filhos, não façam deuses de fundição como eles fazem.
Mesmo essa ordenança clara não foi suficiente para que o povo obedecesse.
Como sempre falo aqui nos estudos: nós estamos no mundo, mas não podemos nos misturar com o mundo, não podemos aceitar a vida do mundo. O evangelho, o reino no qual vivemos, é uma contracultura.
As festas
Para que o povo nunca se esquecesse do Senhor, Deus estabelece três festas:
“A Festa dos Pães Asmos guardarás; sete dias comerás pães asmos, como te tenho ordenado, ao tempo apontado do mês de abibe; porque no mês de abibe saíste do Egito. Tudo o que abre a madre meu é; até todo o teu gado, que seja macho, abrindo a madre de vacas e de ovelhas; o burro, porém, que abrir a madre, resgatarás com um cordeiro; mas, se o não resgatares, cortar-lhe-ás a cabeça; todo primogênito de teus filhos resgatarás. E ninguém aparecerá vazio diante de mim. Seis dias trabalharás, mas, ao sétimo dia, descansarás; na aradura e na sega descansarás. Também guardarás a Festa das Semanas, que é a Festa das Primícias da sega do trigo, e a Festa da Colheita no fim do ano. Três vezes no ano, todo macho entre ti aparecerá perante o Senhor Jeová, Deus de Israel; porque eu lançarei as nações de diante de ti e alargarei o teu termo; ninguém cobiçará a tua terra, quando subires para aparecer três vezes no ano diante do Senhor, teu Deus.”
Êxodo 34:18-24
As três festas que vemos aqui no estudo de êxodo 34 são:
- Festa dos pães asmos: festa que se seguia imediatamente à páscoa e celebrava a saída do povo do Egito. Não temos como dissociar essa festa da páscoa. A páscoa se referia à refeição que faziam, a festa dos pães asmos era o período de sete dias após a páscoa;
- Festa das Semanas (festa das primícias, festa de pentecostes): festa celebrada sete semanas após a páscoa, no quinquagésimo dia.
- Festa da Colheita (festa dos tabernáculos, festa da sega): festa celebrada no sétimo mês, durante sete dias, em agradecimento à colheita.
Além disso, Deus ainda lembra o povo sobre a importância de guardarem o sábado, de maneira que todo aquele dia fosse do Senhor, onde nenhuma obra fariam, mas dedicariam o dia a Ele.
O objetivo de todas estas celebrações era, como comentei, para que o povo nunca se esquecesse de que o Senhor havia os libertado do Egito e que tudo o que eles tinham vinha do próprio Deus.
Não podemos nos esquecer de que tudo o que temos veio do Senhor para nós, é graça do Senhor sobre nossas vidas.
O rosto de Moisés resplandece
Para fechar o estudo de Êxodo 34 vemos que, após 40 dias no monte, vemos que Moisés desce com seu rosto resplandecendo da glória de Deus:
“E aconteceu que, descendo Moisés do monte Sinai (e Moisés trazia as duas tábuas do Testemunho em sua mão, quando desceu do monte), Moisés não sabia que a pele do seu rosto resplandecia, depois que o Senhor falara com ele. Olhando, pois, Arão e todos os filhos de Israel para Moisés, eis que a pele do seu rosto resplandecia; pelo que temeram de chegar-se a ele. Então, Moisés os chamou, e Arão e todos os príncipes da congregação tornaram a ele; e Moisés lhes falou. Depois, chegaram também todos os filhos de Israel; e ele lhes ordenou tudo o que o Senhor falara com ele no monte Sinai. Assim, acabou Moisés de falar com eles e tinha posto um véu sobre o seu rosto. Porém, entrando Moisés perante o Senhor, para falar com ele, tirava o véu até que saía; e, saindo, falava com os filhos de Israel o que lhe era ordenado. Assim, pois, viam os filhos de Israel o rosto de Moisés e que resplandecia a pele do rosto de Moisés; e tornava Moisés a pôr o véu sobre o seu rosto, até que entrava para falar com ele.”
Êxodo 34:29-35
Um ponto que temos aqui é que a presença de Deus transforma as nossas vidas. Por isso, não podemos ignorar a importância da presença de Deus, da nossa intimidade com Ele, do nosso tempo com o Senhor.
Quanto mais nos aproximamos do Senhor, mais temos a nossa vida transformada. Talvez nosso rosto não resplandeça, como aconteceu com Moisés, mas certamente começamos a nos parecer cada dia mais com Jesus.
Paulo fala sobre esse evento em sua carta aos Coríntios:
“E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos na face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual era transitória, como não será de maior glória o ministério do Espírito? Porque, se o ministério da condenação foi glorioso, muito mais excederá em glória o ministério da justiça. Porque também o que foi glorificado, nesta parte, não foi glorificado, por causa desta excelente glória. Porque, se o que era transitório foi para glória, muito mais é em glória o que permanece. Tendo, pois, tal esperança, usamos de muita ousadia no falar. E não somos como Moisés, que punha um véu sobre a sua face, para que os filhos de Israel não olhassem firmemente para o fim daquilo que era transitório. Mas os seus sentidos foram endurecidos; porque até hoje o mesmo véu está por levantar na lição do Velho Testamento, o qual foi por Cristo abolido. E até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles. Mas, quando se converterem ao Senhor, então, o véu se tirará. Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade. Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo, como um espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.”
2 Coríntios 3:7-18
Vídeo do estudo de Êxodo 34
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