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Estudo de Gálatas – Capítulo 2

No estudo do capítulo 2 de Gálatas, veremos Paulo dando mais detalhes sobre como a questão da justificação pela lei estava entrando e sendo aceita por aquelas igrejas, defendendo que essa é uma doutrina incorreta.

Os seguintes assuntos são abordados aqui no capítulo 2:

Como é de costume nos nossos estudos, veremos alguns destes pontos e também deixo os desafios do capítulo para vocês no final do estudo.

Vídeo do estudo de Gálatas 2

A viagem de Paulo para Jerusalém

“Depois, passados catorze anos, subi outra vez a Jerusalém com Barnabé, levando também comigo Tito. E subi por uma revelação e lhes expus o evangelho que prego entre os gentios e particularmente aos que estavam em estima, para que de maneira alguma não corresse ou não tivesse corrido em vão.”

Gálatas 2:1,2

Essa viagem de Paulo a Jerusalém, ao que tudo indica, foi a viagem onde aconteceu o concílio de Jerusalém, relatado em Atos 15. Não foi a segunda viagem de Paulo. Ele já havia feito outras:

  1. Viagem com Barnabé para apresentação: Gálatas 1:18, Atos 9:26,27
  2. Viagem com Barnabé para aliviar a fome da igreja de Jerusalém: Atos 11:27-30
  3. Viagem do concílio de Jerusalém: Atos 15 e, conforme minha interpretação, Gálatas 2

Nessa viagem, Paulo relata que expôs o evangelho que estava pregando entre os gentios. O evangelho que Paulo pregava era o mesmo que os apóstolos de Jerusalém pregavam para os judeus, Paulo usa essa viagem, entre outras coisas, para validar isso. A mensagem era a mesma, apenas o público era diferente: os apóstolos de Jerusalém pregavam para os judeus, enquanto Paulo havia sido enviado para os gentios.

Após essa viagem de Paulo, qualquer pessoa que acusasse Paulo de estar pregando algo diferente do que Cristo havia ensinado, cairia em descrédito, uma vez que os próprios apóstolos haviam validado a mensagem.

Paulo também afirma que dez essa exposição do evangelho que pregava que ele “não tivesse corrido em vão”. O que aprendo aqui é que nós precisamos sempre ter a certeza de que não estamos trabalhando em vão. Que nosso trabalho para o Reino é frutífero e que estamos no caminho certo. Para isso precisamos depender do Espírito, validar o que falamos e pensamos na Palavra e agirmos de acordo com a vontade do nosso Senhor.

Para saber mais sobre Barnabé, veja os comentários sobre Atos 11, 13, 14 e 15.

O respeito de Paulo pelos apóstolos

“(porque aquele que operou eficazmente em Pedro para o apostolado da circuncisão, esse operou também em mim com eficácia para com os gentios), e conhecendo Tiago, Cefas e João, que eram considerados como as colunas, a graça que se me havia dado, deram-nos as destras, em comunhão comigo e com Barnabé, para que nós fôssemos aos gentios e eles, à circuncisão;”

Gálatas 2:8,9

Note como Paulo fala sobre os apóstolos com profundo respeito, mesmo que, algumas frases mais tarde, vá relatar sobre como repreendeu a Pedro.

Aqueles que ministram em nossas vidas são dignos de respeito. As pessoas escolhidas por Deus para levarem a Sua Palavra são pessoas que merecem a nossa admiração. Paulo fala sobre isso diversas vezes em suas cartas (1 Tm 5:17).

Isso não significa que essas pessoas sejam infalíveis ou que tudo o que dizem deve ser seguido incondicionalmente. Basta vermos como Paulo repreende a Pedro por suas atitudes:

“E, chegando Pedro à Antioquia, lhe resisti na cara, porque era repreensível.”

Gálatas 2:11

Veja que Paulo honra a autoridade apostólica de Pedro e, no mesmo texto, afirma que sua atitude, em um determinado momento, era repreensível.

O caso aqui é que Pedro vinha comendo com os gentios, tendo comunhão com eles em Antioquia, até a chegada de alguns judeus convertidos. Quando estas pessoas chegam, Pedro começa a se afastar dos gentios com quem estava, para ficar apenas com aqueles que eram judeus. Essa atitude deu a entender que a maneira correta de se viver era a vivida pelos judeus cristãos, que ainda guardavam muitos dos preceitos da lei de Moisés.

Por esse motivo, Paulo repreende a Pedro:

“Porque, antes que alguns tivessem chegado da parte de Tiago, comia com os gentios; mas, depois que chegaram, se foi retirando e se apartou deles, temendo os que eram da circuncisão.”

Gálatas 2:12

Paulo afirma que Pedro teve medo dos judeus convertidos, de que eles o vissem com os gentios, como se fosse algo errado, algo que ele não deveria fazer.

Aqui temos, na minha opinião, dois aprendizados:

O primeiro de que não devemos fazer acepção de pessoas. Não é por que uma pessoa é considerada diferente por um certo grupo, que ela deva ser colocada de lado. Pedro estava deixando os gentios de lado por conta dos judeus. Vemos isso acontecendo até hoje. Como igreja, não sabemos lidar com alguns grupos de pessoas que julgamos diferentes de nós. Aliás, muitas vezes não sabemos lidar nem mesmo com pessoas de outras doutrinas.

O segundo é que não devemos nos moldar ao que as outras pessoas pensam. Devemos viver conforme Cristo nos pede, conforme a Palavra nos ensina, como o Espírito nos direciona. Se tentarmos nos moldar ao padrão do mundo, ao padrão das outras pessoas e ignorarmos o que Deus está nos pedindo, certamente falharemos.

Não existe justificação pela lei

“Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé de Cristo e não pelas obras da lei, porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada.”

Gálatas 2:16

O capítulo se encerra com a defesa de Paulo em relação à justificação pela fé, e não pela lei. Como algumas pessoas estavam tentando trazer a lei para o âmbito da graça, Paulo lembra aos Gálatas de que eles seriam salvos apenas pela fé em Cristo.

Como de costume, Paulo é ainda mais enfático ao contrapor o ensino judaizante com a eficácia do sacrifício de Cristo:

“Não aniquilo a graça de Deus; porque, se a justiça provém da lei, segue-se que Cristo morreu debalde.”

Gálatas 2:21

Qual teria sido o benefício da morte de Cristo se a nossa justificação se desse pela lei? A resposta Paulo mesmo nos dá: nenhum, Cristo teria morrido em vão.

Como sabemos que não foi em vão que Ele não entregou sua vida, ressuscitou e ascendeu aos céus, temos a certeza, também confirmada na Palavra, de que o sacrifício dele foi suficiente e não precisamos acrescentar nada à fé para a nossa salvação. Basta crermos que Jesus é o Cristo, que Ele morreu por nós na cruz, pagou o preço eterno de todos os nossos pecados, ressuscitou e está vivo. Nada mais é necessário.

Apesar de nada mais ser necessário, Paulo escreve sua célebre frase:

“Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim.”

Gálatas 2:20

Nada é necessário, além da fé, para que sejamos salvos. Porém a salvação produz em nós este mesmo sentimento: não somos mais nós que vivemos, mas Cristo vive em nós. Isso muda todas as coisas.

Desafios do capítulo

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