No estudo de Gênesis 42, lemos sobre a ida dos irmãos de José até o Egito para comprar mantimento, uma vez que a fome assolava a terra.
O capítulo fala sobre os seguintes pontos:
- Jacó pede que seus filhos comprem tribo no Egito (1 a 4)
- José reconhece seus irmãos (5 a 8)
- José acusa seus irmãos de serem espias (9 a 20)
- Os irmãos de José conversam entre si (21 a 24)
- José devolve o dinheiro dos irmãos (25 a 28)
- Jacó não aceita que Benjamim vá com eles (29 a 38)
Veremos o que podemos aprender aqui neste capítulo.
VÍDEO DO ESTUDO DE GÊNESIS 42
Os irmãos de José vão para o Egito
No contexto deste capítulo, os 7 anos de abundância já tinham passado e, possivelmente mais algum tempo de fome, a ponto da comida começar a faltar. Jacó então pede que seus filhos fossem até o Egito para comprar mantimento:
“Disse mais: Eis que tenho ouvido que há mantimento no Egito; descei até lá e comprai-nos trigo, para que vivamos e não morramos.”
Gênesis 42:2
Chegando lá eles são atendidos pelo próprio José, e se inclinam diante dele, quase como no sonho que ele havia tido em sua juventude.
Ele havia sido vendido pelos irmãos há mais de 20 anos, já governava sobre o Egito por algum tempo, sua esposa era egípcia, seu nome era outro e seus filhos haviam nascido no Egito. É fácil entender o motivo pelo qual seus irmãos, apesar de estarem frente a frente com José, não o reconheceram.
José os acusa de serem espiões, que estavam lá apenas para analisar as possíveis fraquezas do Egito. Eles afirmam que não eram espiões, que estavam lá a mando de seu pai e que tinham mais dois irmãos, um que estava com o pai, referindo-se a Benjamim e outro que já não existia mais, referindo-se ao próprio José.
José ordena então que, para confirmar que estavam dizendo a verdade, trouxessem seu outro irmão para o Egito, ficando um deles preso lá, até que voltassem. José pede que Benjamim vá até lá, dentre outros motivos, por ser o irmão dele, filha de Raquel. Ele já havia perdido a mãe, seu irmão e seu pai não estavam ali, diante dele.
Vemos então a conversa que seus irmãos tiveram:
“Então, disseram uns aos outros: Na verdade, somos culpados acerca de nosso irmão, pois vimos a angústia de sua alma, quando nos rogava; nós, porém, não ouvimos; por isso, vem sobre nós esta angústia. E Rúben respondeu-lhes, dizendo: Não vo-lo dizia eu, dizendo: Não pequeis contra o moço? Mas não ouvistes; e, vedes aqui, o seu sangue também é requerido.”Gênesis 42:21,22
Gênesis 42:21,22
É possível que, nesse momento, algumas coisas fossem novas para José. Não sabemos, por exemplo, se ele sabia que Rúben havia pedido que os irmãos não fizessem mal a ele. Talvez por lembrar de tudo o que aconteceu, e também por descobrir a inocência de Rúben, José se retira por um tempo para chorar.
Note como é importante que tenhamos uma consciência tranquila. Rúben, apesar de estar ali, pagando mais uma vez pelos erros de seus irmãos mais novos, poderia ter, diante de Deus e de José, uma consciência tranquila, sabendo que tentou salvar o irmão.
Trazendo isso para nossa vida, entendo que é importante que tenhamos uma consciência limpa diante dos homens e de Deus. Isso nos ajuda a termos um bom testemunho, a falarmos de Cristo e a nossa mensagem ser ouvida, a manter nossa credibilidade.
Aqui, mais uma vez, eles estavam passando pela mesma situação, onde teriam que voltar para casa sem um de seus irmãos. Primeiramente voltaram sem José, há muitos anos atrás. Agora voltariam sem Simeão, que ficaria preso ali.
A bondade de José
Quando seus irmãos deixam Simeão e estão voltando para casa, vemos a atitude de José:
“E ordenou José que enchessem os seus sacos de trigo, e que lhes restituíssem o seu dinheiro, a cada um no seu saco, e lhes dessem comida para o caminho; e fizeram-lhes assim.”
Gênesis 42:25
Apesar de tudo o que havia acontecido, de todo o sofrimento pelo qual ele tinha passado, ele ainda mantinha um coração aberto para seus irmãos e para ser benevolente com eles. José lhes dá tanto o trigo que haviam vindo comprar, quanto devolve, sem eles saberem, o dinheiro que haviam trazido.
Ele tinha poder suficiente para pedir a execução de seus irmãos sem que ninguém lhe questionasse. Poderia deixar todos eles presos, por muito tempo, sem levantar nenhum tipo de suspeita. Mas José não tinha esse rancor no coração e se abre para abençoar seus irmãos.
Esta é uma lição importante para nós: devemos abençoar aqueles que nos amaldiçoam, cuidar dos que nos maltratam e orar pelos nossos inimigos. Jesus nos ensina isso em uma série de passagens:
“Ouvistes que foi dito:Amarás o teu próximo e aborrecerás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo:Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem,”
Mateus 5:43,44
A desconfiança de Jacó
Ao retornarem para casa sem Simeão e pedindo que Benjamim retornasse ao Egito com eles, Jacó fala com seus filhos com desconfiança:
“Então, Jacó, seu pai, disse-lhes: Tendes-me desfilhado: José já não existe, e Simeão não está aqui, e, agora, levareis a Benjamim! Todas estas coisas vieram sobre mim.”
Gênesis 42:36
Jacó estava acusando seus filhos que estavam ali de terem tirado dele a José e, agora, a Simeão. Talvez ele tivesse guardado isso em seu coração desde que José havia sido dado como morto pelos seus irmãos.
Vemos aqui como é ruim quando o pai não pode mais confiar nos filhos, quando essa relação se quebra ao ponto de não poderem mais contar plenamente uns com os outros. Nós devemos honrar nossos pais, manter com eles um relacionamento saudável, de respeito e amor. Não é à toa que esse é um dos dez mandamentos que vemos isso ao longo de várias passagens na Palavra. Quando o relacionamento entre pais e filhos se quebra, a unidade da família sofre e isso vai, inclusive, afetar o nosso relacionamento com Deus.