No estudo de Gênesis 43, vemos a segunda viagem da família de José até o Egito para comprar comida, pois a fome na terra era muito grave.
Nesse capítulo temos os seguintes acontecimentos:
- A decisão de ir novamente para o Egito (1 a 10)
- A segunda ida para o Egito (11 a 15)
- José pede que eles comam com ele (16 e 17)
- O medo dos irmãos de José (18 a 23)
- O reencontro com Benjamim (24 a 30)
- O almoço em família (31 a 34)
Veremos o que podemos aprender com cada um deles.
VÍDEO DO ESTUDO DE GÊNESIS 43
A decisão de ir para o Egito
O capítulo começa com a decisão de Jacó de enviar seus filhos novamente para o Egito. A fome havia se tornado muito grave e, apesar deles ainda terem mel, especiarias e outras coisas, o alimento básico havia acabado.
Judá e seus irmãos lembram a seu pai que não poderiam voltar lá sem levar Benjamim, mas Jacó não estava disposto a fazer isso. Então Judá se oferece como fiador de seu irmão:
“Então, disse Judá a Israel, seu pai: Envia o jovem comigo, e levantar-nos-emos e iremos, para que vivamos e não morramos, nem nós, nem tu, nem os nossos filhos. Eu serei fiador por ele, da minha mão o requererás; se eu não to trouxer e não o puser perante a tua face, serei réu de crime para contigo para sempre. E, se nós não nos tivéssemos detido, certamente já estaríamos segunda vez de volta.”
Gênesis 43:8-10
Apesar de Judá ter cometido vários erros, nesse momento difícil, ele dá um passo a frente e assume a responsabilidade. Era um momento crítico, de indecisão, e era necessário que alguém se dispusesse a resolver a situação, pagando um preço.
Isso nos ensina algo importante: às vezes estaremos em uma situação difícil, num momento que não gostaríamos de estar passando. Nessas horas é necessário que tomemos a frente da situação, assumamos a responsabilidade e paguemos o preço.
Quando isso acontecer, Deus nos fortalecerá, a benção do Senhor estará sobre a nossa vida, como esteve com esse grupo.
O que tem valor e o imprescindível
Após aceitar que Benjamim teria que ir junto com seus outros filhos, Jacó orienta-os a levar vários presentes para o governador do Egito:
“Então, disse-lhes Israel, seu pai: Pois que assim é, fazei isso; tomai do mais precioso desta terra em vossos sacos e levai ao varão um presente: um pouco de bálsamo, um pouco de mel, especiarias, mirra, terebinto e amêndoas. E tomai em vossas mãos dinheiro dobrado; e o dinheiro que tornou na boca dos vossos sacos tornai a levar em vossas mãos; bem pode ser que fosse erro.”
Gênesis 43:11,12
Como vemos no texto, eles ainda dispunham de bálsamo, mel, especiarias, mirra, nozes de pistache e amêndoas. Jacó se refere a essas coisas como “o mais precioso desta terra”. Contudo, não tinham nem trigo para assar pães.
Nessa hora eles decidem trocar aquilo que tem valor, por aquilo que é essencial. O mel, por mais valioso que seja, não é imprescindível, não é essencial. O bálsamo, apesar de importante, não é fundamental para a sobrevivência.
A mesma coisa acontece conosco: estamos cercados de coisas que são importantes, mas que não são fundamentais. Precisamos, muitas vezes, abrir mão do importante para dar ao valor ao fundamental.
Nosso trabalho, nossa vida social, nosso descanso, tudo isso é importante, mas não é o fundamental. Se isso está nos atrapalhando de termos o fundamental, talvez nossas prioridades estejam erradas. O fundamental em nossas vidas é a oração, o tempo com Deus, nosso devocional, fazer o bem, amar nosso próximo, entre outros.
Na realidade, o problema, muitas vezes, é quando colocamos aquilo que não é importante, na frente daquilo que é fundamental. Quando colocamos, por exemplo, o tempo no celular, nas redes sociais, na diversão sem propósito, na frente daquilo que é essencial em nossas vidas.
O importante perde valor diante do essencial, como vimos nessa história de Israel.
A segunda ida para o Egito
Então eles se preparam para mais uma ida para o Egito e Jacó diz o seguinte:
“E Deus Todo-Poderoso vos dê misericórdia diante do varão, para que deixe vir convosco vosso outro irmão, e Benjamim; e eu, se for desfilhado, desfilhado ficarei.”
Gênesis 43:14
O que aprendemos aqui é que, em todos os momentos, precisamos entregar nossas angústias para Deus. Não temos forças para passar pelas dificuldades apenas com nosso braço, precisamos pedir ajuda para aquele que é capaz de nos ajudar em todo o tempo.
Deus nos conhece, sabe das nossas dificuldades, daquilo que precisamos e o momento quando precisamos. Ele é nosso Pai, nosso ajudador e nos ama muito mais do que podemos entender. Quando entregamos nossas angústias, dificuldades e problemas nas mãos dele, temos descanso.
Ouvir aquelas palavras, na minha opinião, deve ter sido um alívio para Judá e seus irmãos.
O pecado e a ansiedade
Eles chegam no Egito e José pede que eles sejam encaminhados para sua casa, para que pudessem fazer um almoço juntos. A seguinte passagem demonstra como eles estavam preocupados com a situação:
“Então, temeram aqueles varões, porquanto foram levados à casa de José e diziam: Por causa do dinheiro que da outra vez voltou nos nossos sacos, fomos trazidos aqui, para nos criminar e cair sobre nós, para que nos tome por servos e a nossos jumentos.”
Gênesis 43:18
Apesar de serem inocentes do crime de roubo, os pecados deles ainda os perseguiam em suas mentes, a ponto deles estarem ansiosos diante da bondade de José.
José não queria lhes fazer mal, mas eles estavam sendo assombrados pelos pecados do passado. Sua inocência nesse caso não foi suficiente para lhes acalmar e tirar o trauma do que haviam feito.
Quando temos situações não resolvidas em nossas vidas, vamos conviver com as consequências de nossos atos. Nesse caso, para eles, a consequência foi essa constante preocupação com qualquer coisa de ruim que pudesse acontecer com eles.
Mais uma vez vemos a importância de termos a nossa consciência limpa, diante de Deus e diante dos homens. Vale nos lembrarmos das palavras de Paulo, quando estava sendo acusado:
“E, por isso, procuro sempre ter uma consciência sem ofensa, tanto para com Deus como para com os homens.”
Atos 24:16
O primeiro sonho
Após entrarem na casa de José e se juntarem para o almoço, vemos que, mais uma vez, o sonho de José se cumpre, como já tinha acontecido no capítulo anterior:
“Vindo, pois, José à casa, trouxeram-lhe ali o presente que estava na sua mão; e inclinaram-se a ele até à terra.”
Gênesis 43:26
Esse sonho aconteceu em Gênesis 37 e foi uma das causas pela qual seus irmãos tinham ódio dele:
“E disse-lhes: Ouvi, peço-vos, este sonho, que tenho sonhado: Eis que estávamos atando molhos no meio do campo, e eis que o meu molho se levantava e também ficava em pé; e eis que os vossos molhos o rodeavam e se inclinavam ao meu molho.”
Gênesis 37:6,7
Por fim, este capítulo termina com seus irmãos sendo servidos no almoço com José e Benjamim recebendo uma porção maior da refeição.