Resumo do estudo de Mateus 4
Neste estudo de Mateus 4 veremos Jesus sendo tentado no deserto e o início de seu ministério, com os primeiros discípulos.
Vemos como Jesus resiste à tentação e o que podemos aprender com isso. Também vemos a importância de servir as pessoas e como os são chamados alguns dos seguidores mais próximos de Jesus.
A tentação
Começamos este capítulo lendo sobre a tentação de Jesus:
“Então, foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome; E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães. Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus. Então o diabo o transportou à Cidade Santa, e colocou-o sobre o pináculo do templo, e disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e tomar-te-ão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra. Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus. Novamente, o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles. E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. Então, disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás. Então, o diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos e o serviram.”
Mateus 4:1-11
Após um jejum de 40 dias, lemos que Jesus teve fome. Assim como nós passamos por situações naturais, ele também passou. Ter fome, sede, sentir tristeza, sentir a dor de uma perda, ser traído, passar por humilhações, Jesus enfrentou situações muito similares às nossas. Isso fez com que ele se conectasse conosco, com nossas dores.
“Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.”
Hebreus 4:15
Era natural, que após um Jejum como esses, ele tivesse fome. A primeira tentação apresentada pelo inimigo é justamente na questão natural: “Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães.”.
Jesus, pronto para esse ataque do inimigo responde de uma maneira que nós precisamos absorver para nós: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.”.
Jesus estava sendo tentado no desejo da sua carne. Ele tinha fome, sua carne desejava alimento. Mas ele entendeu que qualquer oferta do inimigo não se compara ao que Deus tem para nós.
Devemos pensar da mesma forma quando somos tentados na carne. Se cedermos à tentação, teremos um breve momento de saciedade do desejo, mas estaremos servindo ao inimigo. Se nos mantivermos firmes, sabendo que Deus é nossa satisfação, que Ele é a real fonte do nosso contentamento, estaremos servindo ao nosso Senhor, que é sempre o certo a se fazer.
Após isso Jesus é tentado na espiritualidade vazia, naquela sensação de que, ao ver algo acontecer, então poderemos crer: “Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e tomar-te-ão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra.”.
Aqui o diabo estava citando o texto do Salmo 91:
“Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos. Eles te sustentarão nas suas mãos, para que não tropeces com o teu pé em pedra.”
Salmo 91:11-12
Jesus não precisava da manifestação do sobrenatural para crer. Ele é o próprio Deus. Se Ele quisesse, poderia orar ao Pai e legiões e mais legiões de anjos viriam servi-lo de todas as formas possíveis.
A sugestão dada pelo diabo era sem sentido, como é até hoje para nós.
A resposta de Cristo é clara: “Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus”. Não podemos tentar ao Senhor, colocando-o numa situação onde Ele passa a ser o nosso servo. Nós somos os servos, Ele é o Senhor. É assim e sempre será. Se pensamos que podemos inverter esse papel, imaginando infantilmente que podemos mandar em Deus, estamos nos enganando e vivendo uma espiritualidade religiosa e imatura.
Por fim, o inimigo tenta Jesus com a ilusão do poder: “Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.”.
Mais uma tentação sem sentido algum. Lemos no capítulo um do evangelho de João:
“No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.”
João 1:1-3
Jesus participou da criação de todas as coisas, foi através dele que tudo o que existe foi feito. O que o diabo estava fingindo que daria para Jesus é justamente aquilo que Ele mesmo havia feito. Mais uma vez, era uma tentação sem sentido algum.
O objetivo das trevas é sempre o mesmo: receber adoração através da nossa aceitação das tentações. Quando caímos em tentação, estamos dando adoração para o diabo.
Pode parecer pesado, mas é isso que acontece. Não podemos servir a dois senhores, ou servimos a Deus, ou servimos às trevas. Ou adoramos a Deus, ou prestamos nossa adoração para as trevas.
Quando caímos em tentação, quando aceitamos a sugestão do inimigo, estamos servindo a ele.
Com isso, a resposta de Jesus é direta: “Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás.”. Jesus tinha clareza de que nada o faria dar adoração a ninguém que não fosse o próprio Deus.
Galileia, Nazaré e Cafarnaum
Após a prisão de João Batista, Jesus fica numa situação complicada ali no Sul, possivelmente por sua ligação com seu primo. Com isso, ele vai para a Galileia para começar o seu ministério de maneira mais ativa:
“Jesus, porém, ouvindo que João estava preso, voltou para a Galileia. E, deixando Nazaré, foi habitar em Cafarnaum, cidade marítima, nos confins de Zebulom e Naftali, para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías, que diz: A terra de Zebulom e a terra de Naftali, junto ao caminho do mar, além do Jordão, a Galileia das nações, o povo que estava assentado em trevas viu uma grande luz; e aos que estavam assentados na região e sombra da morte a luz raiou.”
Mateus 4:12-16
Entre Mateus 2 e Mateus 4, Jesus percorre toda essa região destacada no mapa abaixo:
A região para onde Jesus vai é chamada de “Galileia dos gentios” justamente por ser uma região com uma concentração menor de judeus e mais habitada pelos gentios. Era uma região que não estava separada apenas geograficamente da Judeia, mas também religiosamente.
A referência ao profeta Isaías é a seguinte:
“Mas a terra que foi angustiada não será entenebrecida. Ele envileceu, nos primeiros tempos, a terra de Zebulom e a terra de Naftali; mas, nos últimos, a enobreceu junto ao caminho do mar, além do Jordão, a Galileia dos gentios. O povo que andava em trevas viu uma grande luz, e sobre os que habitavam na região da sombra de morte resplandeceu a luz.”
Isaías 9:1-2
Obviamente o profeta está falando sobre Cristo e como ele trouxe luz para uma região que era desprezada. Ao mesmo tempo, existe uma correlação com as nossas vidas. Antes de Jesus andávamos em trevas. Quando Jesus se mostra, vemos uma grande luz, e essa luz resplandece sobre nossas vidas, libertando-nos das trevas.
Arrependei-vos
Assim que Jesus chega em Cafarnaum, começa a pregar:
“Desde então, começou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus.”
Mateus 4:17
A pregação de Jesus é exatamente a mesma de João Batista, como vimos no Estudo de Mateus 3.
O novo Rei havia se levantado e iniciado seu trabalho. Assim como Davi, ao ser declarado como Rei começa a juntar um grupo de fieis ao seu redor, Jesus faz o mesmo, começando a reunir seus discípulos.
Ele ainda não estava se manifestando como Rei ou Messias, pois a expectativa de alguns judeus era de um Rei que viesse para libertar a nação de Israel do domínio Romano. Vimos isso no nosso estudo sobre grupos de judeus.
Mesmo sem se manifestar de pronto como Rei, Jesus trouxe um novo nível de revelação do que era o Reino de Deus. Não era um Reino de domínio sobre os inimigos, mas de abnegação e entrega. Jesus nos chama para reinar, não no sentido clássico, mas sim no sentido de serviço.
Os primeiros discípulos
É então que Jesus começa a chamar os seus primeiros discípulos:
“E Jesus, andando junto ao mar da Galileia, viu dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, os quais lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores. E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. Então, eles, deixando logo as redes, seguiram-no. E, adiantando-se dali, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, num barco com Zebedeu, seu pai, consertando as redes; e chamou-os. Eles, deixando imediatamente o barco e seu pai, seguiram-no.”
Mateus 4:18-22
Pedro, Tiago e João (e em menor escala André), formavam o grupo central de discípulos de Jesus, os mais próximos dele.
Jesus estava transformando aqueles homens comuns em “pescadores de homens”, pessoas que iriam alcançar outras pessoas para o Reino.
A forma como eles respondem a esse chamado de Jesus é muito interessante: “Então, eles, deixando logo as redes, seguiram-no”. Eles abrem mão de tudo para começarem a andar com Cristo.
Dessa mesma forma nós devemos fazer. Precisamos abrir mão de tudo para que coloquemos Cristo em primeiro lugar em nossas vidas. Não é necessário que abandonemos nosso emprego, nossa casa ou coisas do tipo, mas sim que entendamos que Ele deve estar em primeiro lugar pois é o Rei. Jesus deve sempre ser o primeiro em nossas vidas.
O início do ministério
Então Jesus começa, de maneira mais clara, o seu ministério:
“E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo. E a sua fama correu por toda a Síria; e traziam-lhe todos os que padeciam acometidos de várias enfermidades e tormentos, os endemoninhados, os lunáticos e os paralíticos, e ele os curava. E seguia-o uma grande multidão da Galileia, de Decápolis, de Jerusalém, da Judeia e dalém do Jordão.”
Mateus 4:23-25
Aqui temos alguns pontos importantes para analisarmos:
O primeiro é que Jesus percorria toda a região da Galileia, ensinando nas Sinagogas. Isso nos fala que ele estava, até então, sendo bem aceito pelos judeus naquele momento. Se ele tinha liberdade de ensinar nas sinagogas e realizar curas, era por que Ele ainda não estava sendo impedido ou perseguido, como vemos que vai acontecer mais adiante.
O segundo é que vemos um foco muito grande nesse texto nas curas que Ele estava realizando. Isso dá uma noção clara da diferença entre o ministério de João Batista e o de Jesus. No ministério de Jesus, vemos que os sinais acompanham Ele. Pessoas eram curadas, pessoas que sofriam com demônios eram libertas, etc.
Por fim, vemos que toda a região da grande Palestina já estava indo atrás dele para conhecê-lo. Sua fama já havia se espalhado por uma região muito grande. Numa época onde as notícias eram passadas apenas de pessoa para pessoa, é impressionante que em tão pouco tempo, tanta gente tenha ficado sabendo sobre Ele.