Deus não só é diferente das coisas, mas também dos nossos semelhantes. É o Criador, que nos dá o ser e quem sabe como nos fez e para o que nos fez.
A revelação cristã diz-nos que saímos d’Ele e que estamos feitos para amá-lo (como filhos). Isto é, que a nossa estrutura interna está pensada e preparada para amar a Deus.
Por isso o 1º Mandamento não é uma imposição externa: é a lei mais íntima e fundamental do nosso ser. Daí a frase famosa de Sto Agostinho: “Fizeste-nos, Senhor, para Ti, e o nosso coração está inquieto enquanto não descansa em Ti”. A verdadeira história da nossa vida é a história da nossa relação com Deus.
Amamos a Deus na medida em que o conhecemos. É um processo: à medida que o descobrimos, Ele atrai para si as forças do coração e da mente. Isto descobre-se na intimidade da consciência, que é um eco da sua voz.
A moral adquire então o seu sentido mais pleno. A moral é um estilo de vida baseado na relação com Deus, é a arte de crescer no amor de Deus. Isto distingue a moral da ética, que é o resultado de uma reflexão meramente filosófica.
Mas não existem duas morais, uma de normas e preceitos e outra de amor: a segunda inclui, plenifica e supera a primeira. Deus quis dar-nos princípios e mandamentos morais porque são necessários para educar a consciência, orientam-na nas dúvidas e servem de pauta para verificar se julga retamente.
Dentro dessa moldura (o que devemos evitar e uma ordem de valores), há muitíssimo espaço para a liberdade do homem, para a criatividade, para crescer.
É nesse sentido que diz Sto Agostinho: “ama e faz o que queres” (não ao contrário). Porque se amas a Deus sobre todas as coisas, farás em cada instante o que Deus quer, que é o que te dará a verdadeira felicidade.
Extraído do site Arte de Viver.
Escrito ao som de: Culto Racional