Como vimos no capítulo 7, aqui no capítulo 8 vemos o pregador começando a ter algumas conclusões sobre tudo o que ele avaliou e sobre a nossa vida.
VÍDEO DO ESTUDO DE ECLESIASTES 8
Estudar os capítulos anteriores nos ajuda a entender as conclusões que ele está tendo aqui, por isso não deixe de ler os textos anteriores.
Vemos que aqui ele traz uma diferença mais clara entre o tempo debaixo do sol e a eternidade.
“Quem guardar o mandamento não experimentará nenhum mal; e o coração do sábio discernirá o tempo e o juízo.”
Eclesiastes 8:5
Numa análise rasa, encontraremos no texto acima uma contradição com o texto do versículo 15 do capítulo 7, onde ele diz:
“Tudo isto vi nos dias da minha vaidade: há justo que perece na sua justiça, e há ímpio que prolonga os seus dias na sua maldade.”
Eclesiastes 7:15
E até mesmo com outros trechos da Palavra, como:
“Porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos.”
Mateus 5:45
Aqui não temos uma contradição, mas sim um pensamento complementar: aqueles que guardarem os mandamentos podem até ter dias ruins debaixo do sol, mas não experimentarão o mal na eternidade.
Talvez por isso ele diga que o sábio, aquele que entendeu que há tempo para todas as coisas, inclusive para o justo chorar, vai saber discernir qual tempo ele está vivendo. O tempo onde nossa fidelidade trará o fruto será, principalmente, na eternidade.
Não é a primeira vez que vemos o pregador nos ensinando sobre manter o foco naquilo que é eterno. Este é um tema que aparece mais de uma vez no livro de Eclesiates.
“Porque para todo o propósito há seu tempo e juízo; porquanto a miséria do homem pesa sobre ele.”
Eclesiastes 8:6
Aqui ele nos lembra da nossa miséria, talvez para não considerarmos apenas o versículo imediatamente anterior e acharmos que não teremos nenhum mal nessa vida.
Precisamos nos lembrar de nossa miséria, de que sem Deus não somos nada, de que somos totalmente dependentes dele.
“Porque não sabe o que há de suceder, e quando há de ser, quem lho dará a entender?”
Eclesiastes 8:7
Então ele volta a afirmar que não sabemos o que há de ser, ou seja, não podemos crer que não sofreremos nenhum mal debaixo do sol, pois não sabemos o que vai acontecer. Sabemos apenas que, se guardarmos o mandamento, estaremos livres da ira divina no dia do juízo.
Essa é uma notícia fantástica para os que temem a Deus e desesperadora para aquelas pessoas que não ignoram os mandamentos do SENHOR.
“Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal.”
Eclesiastes 8:11
O que o pregador está nos ensinando aqui é que se as pessoas tivessem noção da eternidade, de que a impiedade delas, cedo ou tarde, trará o seu fruto, a impiedade seria menor. Mas nós somos imediatistas, queremos ver o resultado de tudo o que faz o quanto antes. Sem a graça de Deus não temos como perceber o que é eterno, não temos como valorizar o que é eterno.
“Ainda que o pecador faça o mal cem vezes, e os dias se lhe prolonguem, contudo eu sei com certeza que bem sucede aos que temem a Deus, aos que temem diante dele.”
Eclesiastes 8:12
Então o pregador diz que mesmo que não vejamos o ímpio pagando pelos seus erros aqui nessa vida, com certeza – e essas são palavras fortes do pregador – ele sabe que, na eternidade, isso terá um peso.
Com este capítulo temos 2 apelos:
1 – Precisamos aprender a valorizar a eternidade, deixando de focar naquilo que é passageiro, naquilo que o pregador, sabiamente, chama de vaidade.
2 – Não podemos desejar que o ímpio pague pelos seus erros. Muitas vezes a nossa justiça quer ver o ímpio pagando, indo para o inferno. Se esse sentimento existe em nós precisamos nos conectar com o coração de Cristo, que deseja que todos se salvem.
Paz.