Provérbios 26 continua na parte do livro que chamamos de “Provérbios de Salomão que os homens de Ezequias, rei de Judá, transcreveram”. Temos aqui neste capítulo alguns temas muito que podem nos ensinar muito.
Basicamente este capítulo vai falar de 3 temas:
- Cuidados com os insensatos
- Preguiça
- Língua
VÍDEO DO ESTUDO DE PROVÉRBIOS 26
Os três são temas recorrentes no discurso de Salomão e o longo da Palavra. Nos nossos estudos de Provérbios, já falamos algumas vezes sobre estes temas.
Neste capítulo, porém, algo me chamou a atenção no assunto da insensatez. Vamos analisar alguns aprendizados no tema da insensatez. Note que João Ferreira de Almeida (tradução que uso aqui no blog) escolheu a palavra “tolo”, enquanto outras traduções usam a palavra “insensato”.
A honra não serve para o tolo
Os versos 1 e 8 nos ensinam sobre o erro que é tentarmos honrar aos tolos. Salomão nos diz que a honra não é para essas pessoas:
“Como a neve no verão, e como a chuva na sega, assim não fica bem para o tolo a honra.”
Provérbios 26:1
No versículo 8 ele é ainda mais enfático, ao comparar que dar honra ao tolo é como gastar uma pedra preciosa para usar numa funda.
“Como o que arma a funda com pedra preciosa, assim é aquele que concede honra ao tolo.”
Provérbios 26:8
Isso nos lembra, inevitavelmente do texto de Mateus 7:6
“Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas, não aconteça que as pisem com os pés e, voltando-se, vos despedacem.”
Mateus 7:6
Apenas estes versos já seriam o suficiente para concluir o que me parece que Salomão está tentando trazer aqui. Mas ele continua falando sobre a pessoa insensata. Farei uma lista rápida para simplificar o entendimento.
- O tolo merece a correção: “O açoite é para o cavalo, o freio é para o jumento, e a vara é para as costas dos tolos.” Provérbios 26:3
- O tolo não merece a confiança daquilo que é importante: “Os pés corta, e o dano sorve, aquele que manda mensagem pela mão dum tolo.” Provérbios 26:6
- O tolo não entende os provérbios e os interpreta da maneira errada: “Como as pernas do coxo, que pendem flácidas, assim é o provérbio na boca dos tolos.” Provérbios 26:7 e “Como o espinho que entra na mão do bêbado, assim é o provérbio na boca dos tolos.” Provérbios 26:9
- O SENHOR trará a recompensa ao tolo: “O Poderoso, que formou todas as coisas, paga ao tolo, e recompensa ao transgressor.” Provérbios 26:10
- O tolo não aprende e comete os mesmos erros: “Como o cão torna ao seu vômito, assim o tolo repete a sua estultícia.” Provérbios 26:11
A reflexão que faço aqui e peço que você também a faça é: será que tenho sido uma pessoa tola?
Creio que a nossa resposta seja: não!
Estamos aqui estudando a palavra, andamos nos caminhos SENHOR, frequentamos os cultos, as células, muitas vezes temos até um cargo na igreja. Não somos os tolos que Salomão está dedicando um tempo para falar sobre.
Sei que pode ter parecido pejorativo, mas realmente acredito que não somos os insensatos aos quais Salomão se refere.
Porém, o que me chamou a atenção neste capítulo, não foram estes versos falando sobre os insensatos. Foi o versículo imediatamente posterior:
“Tens visto o homem que é sábio a seus próprios olhos? Pode-se esperar mais do tolo do que dele.”
Provérbios 26:12
Este capítulo vêm criando um discurso sobre a pessoa tola, sobre o homem insensato, com todos os problemas e consequências da insensatez. No final deste conjunto de versículo, Salomão contrasta o homem que é soberbo ou arrogante e diz que podemos esperar mais do tolo do que dele.
Como disse, não acredito que sejamos as pessoas insensatas às quais Salomão se refere. Agora, a segunda reflexão que proponho é: será que temos sido as pessoas arrogantes? Aquelas que se acham melhores que as outras, superiores às outras? Se formos estas pessoas, então até mesmo os tolos estão acima de nós.
Vale lembrar como começa o capítulo 7 de Mateus, onde temos o mesmo texto que utilizamos há pouco:
“Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós. E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho?“
Mateus 7:1-3 – Grifo do autor
Às vezes pensamos que somos sábios, nos julgamos superiores às outras pessoas. Não somos.
Se temos alguma sabedoria, foi o Senhor quem nos deu. Se já aprendemos algo e nos livramos de alguns pecados, foi o Senhor quem nos ensinou e quem nos livrou.
Não fomos chamados para sermos melhores, fomos chamados para mostrar Jesus.
Mostrar Jesus é exatemente o contrário de sermos “sábios aos nossos próprios olhos”.
Paz.