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Estudo do Evangelho de João 4

Bíblia aberta em salmos

O capítulo 4 do Evangelho de João tem alguns assuntos principais:

Vamos ver alguns pontos do texto que acho que merecem destaque neste estudo.

VÍDEO DO ESTUDO DE JOÃO 4

A mulher samaritana

Existem muito mais ensinamentos nessa única passagem do que eu teria de tempo para relatar em toda uma vida. Você poderá pesquisar e encontrar diversos textos que falam sobre essa passagem, cada um com um ensinamento diferente e, mesmo assim, ainda válido.

Eu mesmo já escrevi algumas vezes sobre essa passagem, recomendo a leitura de alguns textos:

Como disse, e você pode ver isso pela quantidade de links que coloquei aí em cima (espero que você tenha lido pelo menos alguns), existem muitos ensinamentos que podemos extrair dessa passagem.

Hoje quero meditar sobre dois deles: a forma de crer e entender o momento.

A importância de entender o momento

“E nisto vieram os seus discípulos, e maravilharam-se de que estivesse falando com uma mulher; todavia nenhum lhe disse: Que perguntas? ou: Por que falas com ela? Deixou, pois, a mulher o seu cântaro, e foi à cidade, e disse àqueles homens: Vinde, vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito. Porventura não é este o Cristo? Saíram, pois, da cidade, e foram ter com ele. E entretanto os seus discípulos lhe rogaram, dizendo: Rabi, come. Ele, porém, lhes disse: Uma comida tenho para comer, que vós não conheceis. Então os discípulos diziam uns aos outros: Trouxe-lhe, porventura, alguém algo de comer? Jesus disse-lhes: A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra.”

João 4:27-34

Os discípulos de Jesus, aquelas pessoas mais próximas dele, que já haviam visto ele fazer alguns sinais, não entenderam o momento. O texto começa dizendo que eles ficaram maravilhados, espantados que Ele, homem, judeu, estivesse falando com uma mulher, samaritana. Mesmo espantados, guardaram seus pensamentos para si mesmos.

Aqui é importante lembrar o que falamos nos estudos anteriores: Jesus conhece os corações dos homens, sabe o que pensamos e conhece nossas intenções. Ainda que os discípulos não tivessem expressado seu espanto ou seus questionamentos, Jesus conhecia tudo o que passava pela cabeça deles.

Então, no meio daquele momento, eles se viram para Jesus e pedem que Ele coma. Note que essa é uma atitude, muito provavelmente, de carinho, de cuidado com o mestre. Era algo bom.

Porém, Jesus lhes explica que o que traria satisfação para Ele não seria alimentar-se, seria cumprir a vontade do Pai. O momento era o de cumprir a vontade de Deus, não de satisfazer à carne. Os discípulos não estavam discernindo o momento.

Muitas vezes nós passamos pela mesma situação: não discernimos o momento que estamos vivendo. O Espírito está nos guiando, ou guiando a igreja numa direção e nós estamos tentando fazer algo diferente, estamos desalinhados com o que Deus deseja para nós naquele momento.

Por isso, o questionamento que fica aqui é: o que é que o Espírito tem pedido para você? Qual é o momento que a igreja na qual você congrega tem vivido? Você está alinhado com esse momento ou está vivendo algo paralelo?

O mestre, o líder daquele grupo de pessoas, estava dizendo: é tempo de alcançar os Samaritanos. Os discípulos estavam achando que era o tempo de comer, de descansar. Eu imagino que seja triste para o mestre quando os discípulos não estão vivendo o momento certo.

A forma de crer

“Indo, pois, ter com ele os samaritanos, rogaram-lhe que ficasse com eles; e ficou ali dois dias. E muitos mais creram nele, por causa da sua palavra. E diziam à mulher: Já não é pelo teu dito que nós cremos; porque nós mesmos o temos ouvido, e sabemos que este é verdadeiramente o Cristo, o Salvador do mundo.”

João 4:40-42

Eu tenho estudado, há algum tempo, a maneira como as pessoas se relacionaram com Jesus. Muitos, na verdade penso que a maioria, se relacionaram com Ele interessados, principalmente, nos milagres que fez e poderia fazer.

Muitos precisaram ver Jesus operando para crer (Tomé em João 20:27-29), mas isso não aconteceu com os Samaritanos. Apenas de ouvir Jesus falar, eles foram convencidos de que estavam diante do Cristo.

Isso me leva a refletir sobre como nós temos crido em Cristo. É fácil crer que ele nos dá a paz. Esse é um conceito subjetivo, sobre o qual podemos argumentar de diversas formas diferentes. Já, quando estamos diante de uma doença terminal, será que cremos que Ele é poderoso para curar?

Não estou dizendo que as pessoas de Samaria eram um exemplo perfeito, apenas me chamou a atenção a maneira como eles creram, sem a necessidade de testemunhar um milagre.

A cura do filho do nobre

“Segunda vez foi Jesus a Caná da Galiléia, onde da água fizera vinho. E havia ali um nobre, cujo filho estava enfermo em Cafarnaum. Ouvindo este que Jesus vinha da Judéia para a Galiléia, foi ter com ele, e rogou-lhe que descesse, e curasse o seu filho, porque já estava à morte. Então Jesus lhe disse: Se não virdes sinais e milagres, não crereis. Disse-lhe o nobre: Senhor, desce, antes que meu filho morra. Disse-lhe Jesus: Vai, o teu filho vive. E o homem creu na palavra que Jesus lhe disse, e partiu.”

João 4:46-50

Este é o segundo sinal de Cristo descrito no livro de João. Neste sinal, Cristo realiza a cura mesmo sem estar próximo à pessoa e demonstra a sua autoridade sobre a nossa saúde, independente da distância física. Alguns teólogos vão afirmar que este é o sinal da fé, dado que o oficial (nobre em algumas traduções) creu na palavra que Jesus lhe disse.

Aqui fazemos um contraste direto com a passagem descrita em Lucas 7, que fala da cura do servo do Centurião. A posição do Centurião foi de que Jesus apenas enviasse uma palavra, e a do nobre aqui de João foi a de que Jesus fosse lá, presencialmente, para curar o seu filho.

A diferença também aparece na resposta de Cristo para estas pessoas. Para o nobre: “Se não virdes sinais e milagres, não crereis.”. Já para o centurião, a resposta foi completamente diferente: “Digo-vos que nem ainda em Israel tenho achado tanta fé.”.

Ambos creram, ambos receberam a cura que pediram, porém a atitude inicial e a resposta que receberam foram diferentes.

O ensinamento que temos aqui é que precisamos crer em Deus e não numa forma específica do Seu agir. Muitas vezes tentamos encaixar Deus em um modelo que acreditamos ser o correto e não admitimos que Ele pode agir da maneira que quiser, quando quiser.

Assim como o Nobre, às vezes, pedimos que Deus aja da maneira que esperamos que Ele o faça. Deus é o SENHOR, Ele decide o que fazer, quando e como fazer. Não somos nós, com nossas limitações e poucas experiências que devemos determinar como o SENHOR deve agir.

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