“Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência;ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei”. (I Coríntios 13:2)
O Apóstolo Paulo, escrevendo aos que cresciam no Evangelho e que viviam na cidade grega de Corinto, sabendo da maneira mais fácil de entenderem o mistério maravilhoso do amor, usou a expressão “ainda que” para manifestar a clara noção comparativa de que nada superaria, mudaria ou substituiria o amor em expectação da glória. “Ainda que eu tenha”…,dizia, ou “ainda que eu possa”…, “ainda que eu faça”…, “ainda que eu domine”…, “ainda que conheça”…; e assim narra as condições frente ao Amor. Este “ainda que”, uma conjunção concessiva, “posto que”, “ainda que”, “mesmo
que”, “se bem que”, traz a declaração do valor que deu ao Amor, valor muito acima das circunstâncias…
Quantas vezes já vimos, ou mesmo nos postamos acima de todos, com palavras, atos, pensamentos, atitudes e até indiretas, não estando nas condições que aparentava, a todos estar e possuir. Isto nada mais é do que – carência de Amor e da sua prática. Assim, não permitimos que a grandeza desse amor se superasse. Agora imagine o nível real em que se você se encontra, abra a mente e pergunte silenciosamente, para que ninguém ouvindo a resposta, o julgue. Lembre, porém, que Deus ouve mesmo sem que ninguém pergunte ou responda. Questione agora a si mesmo, se nunca se enquadrou numa destas alternativas com maior ou menor intensidade: “porque eu tenho”, “porque eu posso”, “porque eu realizo”, “porque eu conheço”, “porque eu sou”, etc… relembre se alguma vez não sub-julgou com palavras e atos, direta e indiretamente, pessoas e fatos, deixando-os “onde mereciam”, ou seja – debaixo seus dos pés, presos ao calcanhar…
Se assim já procedeu, veja o que Paulo por certo lhe diria: “Nessas circunstâncias, você desconhece a força maior que advém no ‘ainda que eu tenha’”. Paulo, não repousando no eu instigador, e diante da comparativa hipótese de até poder possuir dom de profecias, manuseio de toda ciência, domínio de todo conhecimento, de ter poder sobre a natureza a ponto de os montes o obedecer por palavras, declarou aos gregos de então, que o Amor é superior a tudo, principalmente diante de todos os -“ainda que eu tenha mais isto, mais aquilo”… A verdade é: se não tiver o Amor nada seremos, a não ser sinos de uma nota só, que no seus timbres anunciam, e retinam: eu, eu, eu, eu….
Sem o Amor o perverso diz: “o que é teu é meu”, o egoísta: “o que é meu é meu”, mas só quem ama é suficiente, em Deus, para dizer: “o que é meu é teu”!
Ao aceitar a aventura do Amar em Cristo, sua vida muda de sentido, e, na solução mágica da plenitude desse Amor são corrigidas as distorções da alma e do caráter, e em Cristo, também, os pecados são perdoados por este sublime Amor. Veja que comparação magistral Paulo faz. Qualquer um de nós diante deste texto se maravilha com as virtudes e os poderes citados, e com as declarações dadas, mas tudo é inferior ao Amor. O apóstolo nos ensina que o Amar engrandece o Ser – …”se eu não tiver amor nada serei”. Assim, não importa o que você possui, ou não possui; nem qual a sua intimidade com os poderes dessa vida ou com as virtudes da alma ou do espírito… sem Amor você não é nada e nada será!
Pare, e faça uma reflexão, e verá que a grande parte dos seus problemas, lutas e dificuldades são exatamente pela falta de Amor. Veja se você, não está parado na excelência de sua importância pessoal e auto-suficiência. I Coríntios 13.1, diz -“Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine”…
– Senhor Pai de Amor: Cura-me pela falta de amor, ainda que eu tenha firmado minha vida nos pilares do ter, do poder, do controlar, do fazer, do dominar… Ensina-me a exercer e compreender o amor, a amar quem não me ama, a servir quem não me serve, a dar a quem me tira, a amar quem me odeia. Sabe Senhor, eu preciso tanto de Ti e descubro que Tu és todo esse AMOR. Ainda que não mereça, ajuda-me pelo Seu Amor, a amar e viver em Amor, em nome de Jesus ainda que seja como sou. Amém!
Presbítero Ariovaldo Ferraz Arruda – Igreja Presbiteriana Independente de Londrina
Via: http://www.paoquentediario.com.br/
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