Gostamos de nos fantasiar. E gostamos pelo simples fato de que apatrechos que distorcem a nossa aparência são suficientes para esconder todos aqueles erros que compõe o que temos coragem de chamar “caráter”. Podemos fazer o que quisermos se estivermos fantasiados.
Fantasias podem ser das mais variadas formas e gêneros. Fantasias de festa são aquelas que usamos para nos divertir, fazer concursos e dançar um pouco. Essas escondem nossos rostos corados de vergonha. Mas o problema das fantasias é que na maioria das vezes não é pelo corar do rosto que as usamos.
Usamos fantasias em nossas expressões, quando dizemos “tudo bem”, usamos fantasias em nossos gestos em nossos abraços “fraternos”, usamos fantasias em nossa índole quando executamos um papel em tal parte da sociedade, que achamos que não nos receberia bem se vissem quem somos.
Mas fantasias caem, se destroem ou precisam ser removidas hora ou outra e é quando uma dessas coisas acontece que vemos como as pessoas são. E na Bíblia podemos ver algumas fantasias caindo. Um desses relatos é contado pelo profeta Ezequiel:
Eles vêm a ti, com o povo costuma vir, e se assentam diante de ti como meu povo, e ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra; pois, com a boca, professam muito amor, mas o coração só ambiciona lucro. Ez 33.31
Talvez você já tenha visto essa cena em uma sala de aula. Os alunos chegam na sala de aula e ficam em silêncio somente pelo balbuciar do professor. Eles olham e até meneam a cabeça afirmativamente, como se concordassem com tudo o que o professor diz. Mas o que não vemos são as mensagens sobre outros assuntos sendo repassadas por debaixo da carteira ou a cola no momento da prova.
A questão é que aqueles alunos estão ali somente pela nota. Eles não se importam se aprenderão ou não algo, somente querem ser aprovados, porque isso implicitamente lhes aponta que terão um emprego, que pagará seus luxos e abusos no futuro. A mesma história se repete no emprego, quando ouvimos nossos chefes e adulteramos ou fazemos de mal-grado os projetos.
Somos assim com Deus.
Vamos na igreja e nos disfarçamos de bons homens ou mulheres. Aprovamos aquilo que o pregador diz e até incentivamos sua prática, isso quando não chegamos ao ponto máximo do hipócrita: apontamos o erro de outros que não procedem daquela forma. Mas chegamos na rua e negamos alimento aos necessitados, em casa negamos o amor aos filhos, esposa ou aos irmãos e no trabalho negamos a honestidade.
A verdade é que temos somente aparência de amor, aparência de caridade, aparência de verdade. Usamos fantasias de amor, mas não “ousamos” praticá-lo, porque ele não cairá bem aos nossos propósitos. Queremos o dinheiro, não o trabalho, queremos a autoridade, não o relacionamento, queremos o prazer, não o carinho.
Queremos e gostamos de uma mentira, vivemos e aprovamos a hipocrisia, porque amamos nossas fantasias. E, assim como o povo de Israel, nos tempos de Ezequiel, queriam e esperavam somente os lucros das profecias, nós também só queremos usar o amor para alcançar aquilo que mais desejamos: poder, autoridade, dinheiro e prazeres.
E Deus ano após ano quer nos dizer que paremos de nos fantasiar. Que paremos de usar nossos reflexos como espelhos para nós mesmos, como se fôssemos bons. Ele deseja te perdoar e me perdoar não pelo que fingimos ser, mas deseja perdoar-nos pelos nossos erros verdadeiros.
Não use fantasias de amor ou piedade, mas se confesse sem fantasias ou mentiras à Cristo e Ele não lhe dará uma fantasia de Salvação, mas sim uma Salvação e Vida Eterna reais.
Que Deus o abençoe!
Paz.
Extraído do site http://pequenomestre.wordpress.com