Creio que Deus tenha nos dado alguns princípios para seguir: fé, ofertas, dízimo, adoração, obediência, entre outros.
Para cada um destes princípios, além de nos mostrar, através da Palavra, o que cada um é, Ele também nos deu alguns modelos para seguir.
A fé, segundo Hebreus 11:1 é “o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem.”. A fé é um princípio básico da vida cristã. Basta nos lembrarmos, ainda em Hebreus 11, no verso 6, que “ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.”.
Não existe vida cristã sem fé, sem a certeza de que Deus existe, mesmo quando não o vemos. Sem a certeza de que Ele nos protege, mesmo quando estamos no vale da sombra da morte, sem a certeza de que Ele nos ama, mesmo quando estamos nos momentos mais difíceis de nossas vidas. A fé é a base de nosso relacionamento com Deus.
Temos diversos exemplos de fé na Palavra: o centurião de Lucas 7 teve sua fé elogiada pelo próprio Cristo e Enoque foi trasladado por conta de sua fé. Temos ainda muitos outros exemplos, mas Deus nos deixou um modelo para seguirmos, que é o de Abrãao.
Este homem, comum como nós, demonstra a sua incomparável fé nos versos 3, 5 e 8 de Gênesis 22, quando vai oferecer seu filho em holocausto. Não temos como comparar a fé deste homem com nenhum outro exemplo na Palavra. Não é à toa que Paulo, em no capítulo 4 de sua carta aos Romanos, tece tantos elogios a Abraão.
Logo, temos na Palavra, tanto o princípio, quanto o modelo.
A mesma coisa acontece, por exemplo, com o princípio das ofertas. Muitos de nós o conhecemos, lembrando-nos do longo discurso de Paulo em 2 Coríntios 8 e 9, principalmente no verso 6 do capítulo 9:
“E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará.” (2 Coríntios 9:6)
Ofertar ao Senhor, seja para o que for, é um princípio de Deus, que começou antes da lei, esteve com a lei e após Cristo. Todos nós, que nos consideramos cristãos, devemos ofertar sempre que possível, sem impedimentos em nossos corações ou preocupações, aliando este ao princípio anterior, tendo a certeza de que é o SENHOR quem nos supre.
Nesse sentido, um dos modelos que temos é o de Abel, que ofertou do melhor a Deus espontaneamente. Sem que ouve requisição ou mandamento, lei ou qualquer coisa similar, ele separou do melhor do rebanho para Deus. Esse é o modelo que devemos seguir: o da oferta do melhor e voluntária de Abel. Não existe necessidade de esperarmos a solicitação de alguém para ofertarmos ao SENHOR, deve ser algo espontâneo e daquilo que for o nosso melhor. Infelizmente, muitos de nós nos assemelhamos muito mais com Ananias e Safira do que com Abel.
Dentro da lista de princípios que Deus estabeleceu para nossas vidas, podemos considerar ainda a obediência, que aprendemos tão enfaticamente com Samuel, que nos ensina que a obediência estava acima do holocausto, que havia sido estabelecido na Lei:
“Porém Samuel disse: Tem porventura o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à palavra do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros.” (1 Samuel 15:22)
O que Samuel estava nos mostrando e ensinando era que, mesmo que a lei tivesse sido estabelecida por Deus e fosse a base da doutrina do povo de Israel naquele tempo, obedecer ao SENHOR, de maneira simples e fácil de entender, era mais importante. O profeta de Deus, que havia visto tanta desobediência desde a sua infância, ensinava ao povo, e a nós, que a obediência ao SENHOR é um princípio que devemos todos seguir.
Deus não nos dá apenas o princípio, mas nos mostra o modelo de obediência que temos que seguir: Cristo. Obediente até a sua morte, sem questionar ou praguejar, Ele simplesmente fez a vontade do Pai, em todo o tempo. Assim ele pôde dizer:
“Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.” (João 6:38)
Jesus é o nosso modelo maior de obediência a Deus, o modelo que devemos seguir em todo o tempo. Não existe verdadeira vida cristã sem obediência a Deus.
Para não me alongar muito, por fim, existe o princípio da santidade. Todos nós conhecemos e entendemos que devemos andar em santidade. A palavra nos ensina:
“Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver; Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo.” (1 Pedro 1:15,16)
Esse princípio é tão importante para nossas vidas, que o relato do apóstolo Pedro deveria nos chocar. Ele começa dizendo, no verso 15 que fomos chamados por Cristo, o Santo. Pare para pensar na importância e responsabilidade que nos traz o entendimento de que fomos chamados. Andávamos mortos, em caminhos que nos levariam cada vez mais para a escravidão do pecado e então ouvimos o chamado de Jesus, o Cristo, o Santo. Ele mesmo nos chamou, não fomos nós que decidimos vir até Ele por livre e espontânea vontade, existiu uma ação de um Deus santo e bom que resolveu olhar para nossos caminhos tortuosos e nos chamar para uma nova vida. Apenas isso, apenas essas primeiras frases do verso 15 deveriam nos fazer parar e repensar em tudo o que temos feito.
Mas Pedro, inspirado pelo Espírito Santo, continua sua exortação nos dizendo que, por termos sido chamados por um Deus santo, deveríamos nós também então, sermos santos.
Aqui precisamos parar para entender o que acontece quando, mesmo tendo sido chamados, não somos santos. Creio que a melhor maneira de explicar isso é com a própria Palavra:
“Eis que a mão do SENHOR não está encolhida, para que não possa salvar; nem agravado o seu ouvido, para não poder ouvir. Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça.” (Isaías 59:1,2)
Se não andamos em santidade, não andamos com Deus. Deus, por amor, não pode permanecer diante da falta de santidade. Somente este assunto é, certamente, motivo para refletirmos por muito tempo: o amor de Deus impede que Ele permaneça diante do pecador. Devemos andar em santidade.
Pedro continua:
“E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor, durante o tempo da vossa peregrinação,” (1 Pedro 1:17)
Aqui, dentro do princípio da santidade, temos alguns fundamentos importantes. O primeiro deles é que Deus julga a todos de maneira igual, sem acepção alguma. Não é por estarmos todas as semanas na igreja, termos algum cargo ou fazermos boas obras que Deus irá nos julgar como um corrupto juiz, que alivia a pena daqueles que gosta. Deus irá nos julgar com a mesma régua com que julgará a pessoa que considerarmos a pior das pecadoras. Não existe acepção de pessoas no julgamento de Deus.
O segundo fundamento que vemos aqui é que Ele vai nos julgar pelas nossas obras. Devemos nos lembrar então do seguinte texto:
“Todos os caminhos do homem são puros aos seus olhos, mas o Senhor pesa o espírito.” (Provérbios 16:2)
Não apenas as nossas obras, aquilo que fazemos, será julgado, como também o espírito com que fazemos cada obra. Podemos fazer as melhores obras que o planeta já viu. O espírito incorreto para fazê-las, ainda nos levará a um julgamento com um resultado desagradável.
Pedro ainda diz nos dois versos seguintes:
“Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado,” (1 Pedro 1:18,19)
Selando assim o que devemos entender sobre santidade: fomos chamados para a santidade, devemos ser santos pois fomos resgatados pelo mais alto preço, através do mais precioso sangue, do mais puro de todos os homens, como do limpo de todos os holocaustos que poderiam ser oferecidos a Deus. Como então, pensando sobre isso, não andaremos em santidade.
Deus ainda não nos deixou apenas com o entendimento, mas também com o modelo de santidade que deveríamos seguir: novamente o próprio Cristo, que foi santo em todo o tempo, mesmo no sofrimento da Cruz.
Deus nos deu princípios e modelos para seguirmos, isso precisa impactar profundamente as nossas vidas. Como isso se relaciona com você?
Paz.