Eu tenho, no momento da escrita deste post, 35 anos. Para alguns pode não ser muito tempo de vida. Do meu ponto de vista, acredito que eu já tenha visto coisas suficientes para dizer que nunca vivemos um tempo como o que estamos vivendo hoje.
Caso você esteja lendo este texto num futuro um pouco distante, estamos vivendo o primeiro mês da quarentena decorrente de um vírus que está se espalhando muito rapidamente pelo mundo. Muitos de nós, os que têm condição para tal, estamos em casa há semanas, sem sair para o trabalho ou nada além do essencial, como comprar comida.
Como disse, em minha experiência, nunca vivemos um tempo como o que estamos vivendo hoje.
O povo de Israel, em sua peregrinação até a terra prometida, estava passando por algo similar. Apesar de terem sofrido mundo sob a mão de Faraó, ao caminharem no deserto, chegaram a pedir para voltar.
Hoje, ao caminharmos pelos nossos desertos, ou seja, as dificuldades e problemas que nos levarão à nossa terra prometida, podemos ter uma atitude diferente da deles. Podemos agir assim pois temos clareza de algumas coisas que a Palavra de Deus nos ensina. Veja o salmo 107:
“Louvai ao SENHOR, porque ele é bom, porque a sua benignidade dura para sempre. Digam-no os remidos do Senhor, os que remiu da mão do inimigo, e os que congregou das terras do oriente e do ocidente, do norte e do sul. Andaram desgarrados pelo deserto, por caminhos solitários; não acharam cidade para habitarem. Famintos e sedentos, a sua alma neles desfalecia. E clamaram ao Senhor na sua angústia, e os livrou das suas dificuldades. E os levou por caminho direito, para irem a uma cidade de habitação. Louvem ao Senhor pela sua bondade, e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens. Pois fartou a alma sedenta, e encheu de bens a alma faminta.” (Salmos 107:1-9)
Note o que temos nos versos 6 e 7:
“E clamaram ao Senhor na sua angústia, e os livrou das suas dificuldades. E os levou por caminho direito, para irem a uma cidade de habitação.” (Salmos 107:6,7)
Vamos entender quem clamou:
- Verso 2: os que estavam sob o poder do inimigo;
- Verso 3: os que estavam espalhados;
- Verso 4: os que andavam desgarrados, os que estavam solitários e os que não encontravam um lugar para habitarem, para chamarem de seu;
- Verso 5: os famintos, os sedentos e os que desfaleciam.
Estes que clamaram tiveram o livramento de Deus, como vimos nos versos 6 e 7.
Da mesma maneira que Deus livrou seu povo antes desse Salmo ser entoado, ele nos livrará de todo o mal. Como sei disso? O próprio texto me ensina no verso 1:
“Louvai ao SENHOR, porque ele é bom, porque a sua benignidade dura para sempre.” (Salmos 107:1, grifo do autor)
O SENHOR não mudou, ele continua misericordioso e bom. Ele continua sendo o mesmo Pai que livrou o seu povo, que quer nos livrar de todo mal e nos levar à terra prometida. Ele não mudou.
O verso 9 finaliza esta parte do Salmo concluindo:
“Pois fartou a alma sedenta, e encheu de bens a alma faminta.” (Salmos 107:9)
Esse é o Deus que o cristão serve, aquele que está conosco enquanto peregrinamos no deserto, e nos leva à Terra Prometida.
Preciso, por fim, destacar dois trechos do que lemos que passamos um pouco rápido demais: a ordem que nos é dada nos versos 1 e 8. Vamos revê-los:
“Louvai ao SENHOR, porque ele é bom, porque a sua benignidade dura para sempre.” (Salmos 107:1, grifo do autor)
E
“Louvem ao Senhor pela sua bondade, e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens.” (Salmos 107:8)
No deserto, enquanto passamos pelas dificuldades, enquanto peregrinamos até a terra prometida, devemos fazê-lo louvando ao SENHOR pelo bem que Ele já nos fez e, profeticamente, pelo bem que Ele irá fazer a nós. Essa é a chave que nos leva do deserto para a terra prometida. Note como o verso 43 finaliza este Salmo:
“Quem é sábio observará estas coisas, e eles compreenderão as benignidades do Senhor.” (Salmos 107:43)
Não quero desmerecer o sofrimento de ninguém, nem tentar fingir que os problemas não existem. Eles são reais, as nossas dificuldades nesse ponto do deserto em que estamos são muito reais. O ponto aqui é que a nossa fé nos leva à certeza da salvação, e essa certeza nos leva a ter um coração grato a Deus.
Este é um mandamento do SENHOR para nossas vidas pois só os que confiam nEle é que podem agradecer enquanto estão no deserto. Só que tem fé de que Ele é fiel para cumprir as Suas promessas, podem agradecê-lo enquanto estão no meio do tempestade.
Pelo o que você pode agradecer a Deus hoje?
Paz.