Dias desses estava no ônibus quando uma senhora acompanhada de três homens entrou. Um era seu marido – também senhor – e os outros dois eram filhos, ambos tinham algum tipo de deficiência, era nítido.
Todos usaram o mesmo cartão e ela foi comandando, por isso ficou por último.
O filho mais novo passou, seguido do pai e na vez do mais velho passar, ele se atrapalhou na catraca. Impaciente, a mãe disse (aos berros) para ele andar logo e o empurrou.
Uma outra senhora – que estava sentada ao meu lado bem em frente a catraca – ficou indignada com a cena e não se conteve para compartilhar comigo o seguinte desabafo: “Nossa, que mulher grossa. Ele tem deficiência, ela tinha que ter mais paciência”.
Foi automático. Enquanto essa senhora ao meu lado “resmungava” analisei a situação e me perguntei qual a diferença desse homem deficiente para qualquer outra pessoa?
É obvio que ele não possui as capacidades mentais iguais a de muitas pessoas, porém isso não significa que só porque ele não é “normal” que eu devo trata-lo com educação ou respeito.
Na verdade, essa postura deveria ser igual para todos.
Primeiro porque educação é o mínimo que devemos oferecer aos outros.
Segundo pois ele pode até ser deficiente, mas diante de Deus ele e eu somos completamente iguais.
Deus criou a todos à sua imagem e semelhança (Gênesis 1:26,27) então, independente do que aparentemos ser aos olhos humanos, Ele nos ama e entregou seu único filho por cada um de nós, deficientes ou não.
Acredito que devemos nos indignar sim com esse tipo de atitude. Mas não somente quando se referir a alguém que aparente ser “inferior”.
Precisamos respeitar a todos, novo ou velho, branco ou negro, deficiente ou não. Só que muitas vezes antes é necessário respeitar primeiro a si mesmo para conseguir respeitar os demais.
“O rico e o pobre se encontram; a todos o Senhor os fez.” (Provérbios 22:2)
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